Vila Nova de Foz Côa recebe iniciativa “O.P.(us) – Ópera no Património”

Pinhel já acolheu o projeto, sendo que se segue Vila Nova de Foz Côa, com um concerto esta noite, pelas 21h30.

O projeto “O.P.(us) – Ópera no Património” visa a realização de um conjunto de eventos de cariz operático associados ao património, à cultura e aos bens culturais dos territórios de Leiria, Batalha, Viseu, Pinhel, Vila Nova de Foz Côa e Coimbra, num total de 91 espetáculos por ano, a realizar ainda este ano e em 2018 e 2019, refere a mesma nota.

O Largo do Município será hoje palco da interpretação do Barbeiro de Sevilha de Gioachino Antonio Rossini. O espetáculo com início pelas 21h30, terá entrada livre.

O Barbeiro de Sevilha trata da conquista de Rosina pelo conde de Almaviva, disfarçado de Lindoro, um jovem simples. Almaviva conta com o apoio de Fígaro, o barbeiro, que é o faz tudo de Sevilha. É uma ópera cómica, recheada de imprevistos e de personagens caricatas, como Bartolo, o tutor de Rosina, um velho avarento, médico, aldrabão e pomposo que quer casar com a pupila, ou Basilio, o professor de música, um cínico hipócrita cúmplice de Bartolo.
Felizmente, a ópera cómica tem um final feliz e Rosina casa com Almaviva. D. Bartolo pode até ficar com o dote, facto que deixa todos contentes.

Gioachino Antonio Rossini desde cedo manifestou uma enorme criatividade musical. Aos 16 anos recebeu o prémio do conservatório de Bologna por uma cantata e estreou a sua primeira ópera aos 18 anos, em Veneza.
O seu pai era trompista, ainda no tempo em que as trompas eram estritamente naturais, e a sua mãe cantora, de forma que Rossini conviveu de perto com instrumentos e o canto, numa dualidade que viria a desenvolver extraordinariamente enquanto compositor.
Compôs quarenta óperas em vinte e dois anos, tendo-se tornado famosíssimo e riquíssimo. Aos quarenta anos abandonou quase completamente a composição e passou a dedicar-se à boa vida, em Passy, na altura nos arredores de Paris. É do Rossini bonvivant a citação: “Não conheço ocupação mais admirável do que comer”.
Enquanto compositor, Rossini era extraordinário, um compositor em que, em vez de sangue, corriam notas, que era capaz de escrever melodias num fluxo interminável, que tornava as suas óperas incrivelmente populares. O seu Tancredi foi uma das mais populares óperas do seu tempo.
Em 1816 compôs a ópera O Barbeiro de Sevilha Rossini, que afirmou ter sido escrita em 12 dias. Apesar de Rossini ser dado a algum exagero, provavelmente, não terá demorado muito mais do que isso, sendo o tempo aceite de cerca de três semanas, um lapso mesmo assim extremamente curto para um obra desta envergadura. Esta obra é extremamente variada em termos melódicos e orquestrais, e nos seus dois actos não faltam múltiplas cenas de conjunto, em que os cantores cantam à desgarrada em cerrado contraponto, aliás, extremamente divertido de se ouvir e ver em palco, contando, até, com uma tempestade orquestral que se desenvolve antes do clímax final.

Uma das ideias chave do “O.P.(us) – Ópera no património”, que tem como mentor e programador o maestro José Ferreira Lobo, é a dinamização do património material, através da organização de espetáculos em imóveis ou locais de valor patrimonial extraordinário, seja arquitetónico, urbano ou natural, concedendo à obra musical uma dimensão cénica notável, lê-se na nota de imprensa.

Leiria e Viseu são os próximos palcos, no dia 07 de setembro, para uma estada de quatro dias, seguindo-se Coimbra (dia 23 de setembro) e Batalha (05 a 08 de outubro).


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