Verdes vão questionar Governo sobre ampliação de parque eólico no Sabugal

O partido ecologista “Os Verdes” (PEV) prometeu ontem que irá dirigir ao Governo questões sobre a ampliação de um parque eólico que é contestada pelos habitantes da Malcata, no concelho do Sabugal.

“Assumimos o compromisso de questionar o Governo, não só sobre o que está previsto em relação à ampliação deste parque, bem como se foi feito algum estudo sobre os efeitos que o ruído pode ter na saúde das pessoas e ainda sobre qual foi a entidade que realizou esse estudo”, afirmou, em declarações à agência Lusa, José Luís Ferreira.

O deputado à Assembleia da República eleito por “Os Verdes” falava no final de uma vista que realizou às localidades de Malcata e Ourondo, respetivamente nos distritos da Guarda e Castelo Branco.

Na Malcata, esteve a convite do Movimento Malcata Pro-Futuro que tem contestado a ampliação daquele parque e que já anunciou ter avançado uma ação popular administrativa e ter apresentado uma queixa à Comissão Europeia para tentar travar a obra.

Em causa está o denominado projeto de “Sobre-equipamento do Parque Eólico de Penamacor 3B”, previsto para ocupar áreas das freguesias de Malcata (Sabugal) e Meimão (Penamacor), que contempla a construção de seis aerogeradores que vão juntar-se aos 19 existentes, o que, tal como considera o Movimento, poderá pôr em causa a saúde e bem-estar da população.

Argumento que também consta na nota de repúdio que em março foi aprovada na Assembleia Municipal do Sabugal e que, segundo foi garantido pelo deputado ambientalista, será transmitido, “no mais curto espaço de tempo possível”, aos responsáveis governamentais.

“Estivemos no local e vimos e ouvimos que a população está a sentir os efeitos do barulho provocado por aqueles aerogeradores e se é assim com 19 não imaginamos como será com 25 e durante 24 horas seguidas”, apontou.

O deputado ressalvou que “Os Verdes” não estão contra as energias renováveis ou contra a produção de energia eólica, mas sublinhou que tal também tem de “respeitar a lei e os critérios legais” e que “não pode ser prejudicial às populações”.

“Consideramos que a aposta nas energias renováveis é positiva se for para melhorar a vida das populações, o que nitidamente não é o caso, porque não respeita o direito ao bem-estar e até à saúde das pessoas”, referiu.

Além disso, o deputado também esteve no Ourondo (concelho da Covilhã), localidade que, no âmbito da reforma administrativa, passou a integrar a União de Freguesias de Casegas e Ourondo.

Uma agregação que tem sido muito contestada e que levou ao boicote das últimas eleições autárquicas.

“Reunimos com o Movimento Povo do Ourondo/Relvas e verificámos que esta agregação é um exemplo claro e chocante do que não se devia ter feito: estamos a falar de uma localidade que foi agregada a outra para a qual nem há transportes públicos e que ajudou a agudizar rivalidades antigas”, referiu.

O deputado deixou ainda a promessa de que o assunto será levado à Assembleia da República “sempre que possível”.


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