O Teatro do Calafrio estreia amanhã, dia 22 de maio, pelas 21h30, no Teatro Municipal da Guarda (TMG), a sua nova produção “PEDRO”, a partir da obra “D. Pedro I” de Manuel Poppe, numa encenação de Pedro Damião. Com coprodução do Teatro Municipal da Guarda, o espetáculo fica em cena nos dias 23, 24 e 25 de maio, à mesma hora, no mesmo espaço.
A peça de teatro tem música de César Prata, desenho de luz de José Neves e interpretação de Ana Couto, Carlos Morgado, Caroline Zeiler, Emanuel Santos, Francisco Pais, Pedro Damião, Rafael Ascensão e Solange Monteiro.
Este novo espetáculo assinala também a renovação do elenco do Calafrio, através da participação de quatro jovens atores profissionais da Guarda (Emanuel Santos, Solange Monteiro, Rafael Ascensão e Caroline Zeiler) e conta ainda a participação dos elementos que frequentam a oficina de teatro “Degelo”, promovida pelo Calafrio.
O espetáculo “PEDRO” inspira-se na figura de D. Pedro I, que o autor Manuel Poppe considera fascinante “pelo seu excesso, pela sua capacidade de paixão, pela sua sede de justiça. Pela sua revolta, diante da hipocrisia e da injustiça da morte. Diante do absurdo da vida”.
O bilhete tem o valor de 5 euros e pode ser adquirido na bilheteira online, AQUI, ou diretamente na bilheteira do Teatro Municipal da Guarda, de terça a sexta-feira das 10 às 12 horas e das 14h30 às 17h30 e em noites de espetáculo das 20h30 às 22 horas.
Sinopse
Podíamos resumir a vida de Pedro desta forma:
Prometido a duas mulheres, casa com a segunda, mas está de amores pela terceira. Dá-nos, também, um Rei com a quarta.
Não é perfeito?!
Mas na vida de Pedro, o destino não é o amor.
Mas o que interessa a História? O que é Portugal? Onde fica Portugal? Para que serve Portugal?
Apenas como espaço; espaço esse onde habita um coro; coro esse que procura a tragédia; tragédia essa que é nunca recuperar o tempo.
Depois de Inês, nasce a cólera. Confundida com o pensamento de justiça, Pedro, agora frio, vive como refém pelas acções do passado.
Mas não há como voltar atrás e a História nunca foi um vai-e-vem.
Em “Pedro”, desaprendemos o que de belo nos ensinaram pelos livros. O romantismo é carnal. O amor é apenas um pensamento, apenas palavras.
Obcecado com a perda, assim nos ajuda a compreender melhor a época e a sua personalidade.
Num país sem guerras, faz 10 anos, nunca umas mãos tiveram tanto sangue, sangue nosso; nosso sangue.
Apesar de revisitarmos o passado, o mundo continuará exactamente como está. A História tem apenas um sentido.
E Pedro também.
A vida começa sempre com uma festa, mas todos sabemos como acaba.
Hoje, em Portugal, faz frio. E pelas palavras de Poppe, podemos imaginar Pedro em súplica: “aquece-te!… aquece-me.”