UBI atribui Doutoramento Honoris Causa a Manuel Cargaleiro

A cerimónia de homenagem está agendada para dia 22 de julho e surge na sequência de uma proposta conjunta da Reitoria e da Faculdade de Artes e Letras.

A Universidade da Beira Interior (UBI) vai atribuir o Doutoramento Honoris Causa ao artista Manuel Cargaleiro, o primeiro a ser outorgado pela academia a uma figura ligada às Artes Plásticas. A cerimónia de homenagem está agendada para dia 22 de julho e surge na sequência de uma proposta conjunta da Reitoria e da Faculdade de Artes e Letras, com o apoio do presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco.

Este Doutoramento Honoris Causa representa o reconhecimento da UBI a uma personalidade da Beira Baixa, natural de Vila Velha de Ródão (distrito de Castelo Branco), que alcançou projeção internacional pelo talento demonstrado como ceramista e pintor refere uma nota informativa da UBI.

Manuel Alves Cargaleiro nasceu a 16 de março de 1927 e iniciou-se na modelação de barro aos 18 anos, na olaria de José Trindade (Monte da Caparica). Frequentou a Escola Superior de Belas Artes, iniciando uma carreira nas Artes Plásticas.

Participa, em 1949, na “Primeira Exposição Anual de Cerâmica”, em Lisboa, iniciando um percurso que o levou a expor um pouco por todo o mundo. Em nome próprio, estreia-se, em 1952, e no ano seguinte, expõe pintura pela primeira vez. De forma individual ou coletivamente, participou em mostras de países como Alemanha, Angola, Bélgica, Brasil, Espanha, França, Moçambique, Itália, Japão, Suíça e Venezuela.

Entre as diversas obras da sua autoria contam-se a passagem para cerâmica das estações da Via Sacra do Santuário de Nossa Senhora de Fátima; os painéis de cerâmica para o Jardim Municipal de Almada; o painel de azulejos para a fachada da nova Igreja de Santo António, em Moscavide; uma medalha da autoria do escultor Lagoa Henriques para comemoração do 25.º aniversário da atividade artística de Manuel Cargaleiro; e os painéis de azulejos de diversos locais públicos em Portugal, e da estação de metro “Champs-Élysées – Clemenceau”, em Paris.

Ao longo da carreira de várias décadas conquistou prémios nacionais e internacionais, bem como diversas condecorações: Comenda da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada de Portugal, agraciado pelo Presidente da República, General Ramalho Eanes (1983); Grau de Officier des Arts et des Lettres, atribuído pelo governo francês (1984); Grã-Cruz da Ordem do Mérito, condecorado pelo Presidente da República, Mário Soares (1989); Grã-Cruz da Ordem do Infante D. Henrique, condecorado pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa (2017); Magister di Civiltà Amalfitana, atribuído na XVII edição do “Capodanno Bizantino”, em Itália, (2017). Em 2019, recebeu a Medalha de Mérito Cultural, atribuída pelo Primeiro-ministro António Costa e pela Ministra da Cultura, Graça Fonseca. Foi ainda homenageado no distrito de Setúbal e autarquias de Almada, Seixal, Vila Velha de Ródão, Castelo Branco e Paris.

A vida e obra do artista pode ser conhecida no Museu Cargaleiro, que foi inaugurado em Castelo Branco, em 2005, com a missão de estudar, inventariar, conservar, interpretar, expor e divulgar a Coleção da Fundação Manuel Cargaleiro.


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