O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) alertou hoje para a carência de profissionais na Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda e para a necessidade da contratação “urgente” de 130 enfermeiros.
A Direção Regional da Beira Alta do SEP refere em comunicado hoje enviado à agência Lusa que a falta de enfermeiros na ULS da Guarda “coloca em causa os cuidados prestados à população”.
Segundo o sindicato, é “urgente a contratação de, pelo menos, 130 enfermeiros para exercerem funções na ULS da Guarda”.
Os profissionais em falta “correspondem a funções permanentes face à grave carência de enfermeiros e às dotações inseguras que se verificam nos serviços”, explica.
O SEP alerta que a não contratação destes enfermeiros trará “graves consequências” para os serviços, como a existência de “vários turnos em que apenas um enfermeiro tem à sua responsabilidade entre 20 a 30 utentes”, e a redução de camas disponíveis no Serviço de Medicina Interna.
A situação também origina que enfermeiros especialistas, que deveriam prestar cuidados de enfermagem diferenciados, estejam impossibilitados de o fazer e que exista a sobrecarga de trabalho de muitos enfermeiros com horário para além das 35 horas “para reforço pontual nas equipas e para manter muitas vezes o número mínimo de enfermeiro por turno”.
O SEP lembra na nota que o Conselho de Administração da ULS da Guarda afirmou em 08 de janeiro que para a abertura de camas, no âmbito da segunda fase do Plano de Contingência da Gripe, necessitava do reforço dos recursos humanos, nomeadamente a contratação de 20 enfermeiros e de 14 assistentes operacionais.
No entanto, aponta que, “um mês e meio depois desta afirmação, continua-se a aguardar que o Ministério da Saúde autorize as devidas contratações, sob pena de terminar o período critico sem que as mesmas se concretizem”.
A finalizar o comunicado, a Direção Regional da Beira Alta do SEP refere que a dignidade do Serviço Nacional de Saúde “só se alcança com o reforço efetivo de recursos humanos em todas as áreas, particularmente de enfermeiros, para que se possa apostar na prestação pública de cuidados de saúde com a qualidade que os portugueses merecem”.