PS da Guarda diz que maternidade “será para manter”, mas aguarda acesso a estudo

O PS criticou a posição divulgada na quarta-feira pelo presidente da Câmara da Guarda – que disse ter pedido uma “reunião urgente” ao ministro da Saúde para debater o futuro da maternidade.

A comissão política concelhia do Partido Socialista (PS) da Guarda afirmou hoje, dia 13 de outubro, que a maternidade local “será para manter”, por ser a única com urgência obstétrica de um distrito vasto territorialmente, e criticou o presidente da Câmara.


Em comunicado enviado à agência Lusa, o PS da Guarda observou, no entanto, que estando em causa um assunto “tão delicado como o do encerramento das urgências obstétricas” e para “evitar equívocos ou imprecisões”, irá aguardar pelo acesso ao relatório do Governo “por forma a se poder falar com conhecimento de causa”, embora adiantando, desde já, “alguns pontos independentes do teor de tal documento”.


No comunicado, o PS criticou a posição divulgada na quarta-feira pelo presidente da Câmara da Guarda – que disse ter pedido uma “reunião urgente” ao ministro da Saúde para debater o futuro da maternidade, tendo em conta que esta poderá encerrar, segundo um estudo divulgado nos últimos dias pela comunicação social.


“Não alinharemos em vozearias, como o sr. Presidente da Câmara Municipal da Guarda. Esse não é, nem será, o nosso ‘modus operandi’. Consideramos que essa atitude apenas revela total falta de ideias concretas para ações a tomar perante acontecimentos tão delicados, e de tão grande importância e sensibilidade, como os que têm fustigado a nossa região nos últimos meses”, sustentou a concelhia socialista.


“Exige-se ao Presidente da Câmara da Guarda intervenções com responsabilidade e não alarmismos sociais sem critério”, acrescentou.


Na nota, o PS da Guarda lembrou que o distrito “só tem uma maternidade com urgência obstétrica e esta será para manter”, já que serve um distrito “tão grande territorialmente que vai de Vila Nova de Foz Côa a Seia e ao Sabugal”.


“Não faria, de todo, nenhum sentido que estes concelhos deixassem de contar com um serviço de tal importância, acessível em menos de uma hora da sua área geográfica”, notaram.


Por outro lado, sustentaram os socialistas, as obras para a criação do Departamento da Mulher e da Criança, a decorrer no Hospital Sousa Martins, na Guarda, “são um compromisso do PS, tomado na pessoa do seu secretário-geral e primeiro-ministro [António Costa], que o anunciou em plena campanha, e conta com um investimento de cerca de nove milhões de euros.


“Não faz sentido qualquer retrocesso em tal investimento. Ao longo dos anos, a tendência é o Partido Socialista criar ou reabrir serviços no Interior, quando os demais partidos os fecham”.


“Não consideramos sequer que esta discussão tenha sentido num serviço que, nos últimos anos, denota um franco crescimento em número de profissionais e, consequentemente, um aumento da qualidade dos serviços prestados na saúde maternoinfantil”, sublinhou o PS da Guarda, advogando como “imperativa” a manutenção da maternidade “por forma a manter a coesão territorial”.


“É, e será, uma das bandeiras para o nosso território no que respeita à inversão da tendência demográfica, que temos e queremos potenciar”, enfatizou.


Na quarta-feira, em conferência de imprensa, o presidente da autarquia, Sérgio Costa, independente eleito pelo movimento Pela Guarda, disse ter pedido uma reunião de urgência ao ministro da Saúde, “para que, de uma vez por todas, esta situação [da maternidade] fique clarificada”.


O responsável, que teve conhecimento da eventual possibilidade de a Urgência Obstétrica do Hospital Sousa Martins da Guarda encerrar, através de alguns órgãos de informação que referem um estudo do Governo, disse que a população da Guarda e do distrito “não pode viver em constante sobressalto, à custa de uns quaisquer teóricos deste país, que andam a fazer estudos sem unicamente, ou simplesmente, falarem com um autarca da região”.


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