As candidaturas ao Prémio de Arquitetura do Douro, considerado um “farol” que “ilumina boas práticas” no Património Mundial, podem ser submetidas até 30 de setembro e o galardão será entregue a 14 de dezembro, foi hoje anunciado.
“Mais do que distinguir, este prémio é um farol que ilumina boas práticas num território sensível, exigente e especial, como é o Douro Vinhateiro Património Mundial, apontando exemplos de futuro. Exemplos com uma filosofia replicável, inspiradora”, afirmou António Cunha, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N).
Lançado em 2006 pela CCDR-N, o Prémio Arquitetura do Douro está, este ano, inserido nas comemorações dos 20 anos da classificação do Douro como Património Mundial, que arrancaram a 14 de dezembro de 2021 e se prolongam até 14 de dezembro de 2022.
O vencedor desta sétima edição será, precisamente, revelado nesse dia, em que se celebra o 21.º aniversário da classificação pela UNESCO. As candidaturas podem ser submetidas até 30 de setembro.
“Mais do que premiar, este concurso visa sinalizar realizações contemporâneas que valorizem paisagens urbanas, rurais ou naturais, no respeito pela identidade, na salvaguarda patrimonial e na promoção da sustentabilidade”, acrescentou António Cunha, que falava na cerimónia de apresentação do galardão que decorreu no Pocinho, Vila Nova de Foz Côa, distrito da Guarda.
O presidente da CCDR-N acrescentou que “mais do que o exercício de uma vaidade, este prémio procura contaminar positivamente uma cultura de excelência na construção ou reabilitação de elementos contemporâneos” nesse território classificado.
“Este prémio é, por isso, simultaneamente simbólico e instrumental. Visa resultados práticos. Ele testemunha também um virar de página na qualidade, sensibilidade e sustentabilidade das intervenções no território, promovidas pelos municípios, pelo Estado ou pelas empresas”, frisou.
Com periodicidade bienal, o prémio visa divulgar e promover a “excelência da arquitetura” no Alto Douro Vinhateiro e “boas práticas” no exercício da arquitetura em obras de construção, conservação e reabilitação de edifícios, bem como intervenções de redesenho urbano no espaço público.
Podem candidatar-se edificações ou conjuntos arquitetónicos construídos de raiz ou objeto de grande reabilitação que estejam implantados no território da NUT III Douro e cuja intervenção tenha sido realizada após a classificação pela UNESCO, a 14 de dezembro de 2001.
António Cunha disse ainda que, “mais do que celebrar o passado, os 20 anos do Douro Património Mundial têm de ser uma oportunidade para debater e projetar o futuro do Douro, sinalizando novas referências e boas práticas de sustentabilidade patrimonial, ambiental, energética, económica e humana”.
O prémio conta com a parceria da Direção Regional da Cultura do Norte (DRCN), a Entidade Regional de Turismo Porto e Norte e a Ordem dos Arquitetos – Secção Regional do Norte (OA-SRN).
Na última edição, foi o arquiteto Eduardo Souto Moura que venceu o Prémio de Arquitetura do Douro com a obra da Central Hidroelétrica do Tua, que ficou quase integralmente subterrânea para harmonizar a edificação com a paisagem do Douro Património da Humanidade.