Os Passadiços do Mondego, no concelho da Guarda, vão abrir ao público “no médio/curto prazo”, depois de a autarquia ter ultrapassado vários obstáculos, como o registo da titularidade dos terrenos ocupados, disse ontem o presidente da Câmara.
Segundo Sérgio Costa, o executivo municipal aprovou ontem mais uma empreitada para instalação de módulos de apoio aos Passadiços do Mondego (casas de banho e zonas de descanso), que vai ser executada “nos próximos meses”, mas os mesmos “irão abrir, no curto/médio prazo, ainda sem estas construções”, embora com “outras construções provisórias”.
“Nós [Câmara Municipal] sempre dissemos que os Passadiços do Mondego nunca poderiam abrir sem casas de banho, sem as condições de segurança necessárias. É isso que está a ser feito para que, no mais curto espaço de tempo, possamos dizer à Guarda a data em que vamos fazer a inauguração e com uma grande festa”, disse aos jornalistas no final da reunião quinzenal do executivo.
Em maio, durante uma visita ao local, o presidente da Câmara Municipal da Guarda, que considerou os Passadiços do Mondego como os “mais bonitos do país”, adiantou que iriam abrir ao público no verão.
No entanto, segundo Sérgio Costa, tal não aconteceu devido a fatores que atrasaram a execução das obras, como o período crítico de incêndio.
Ontem, o autarca também informou que “apenas no dia 29 de setembro” é que ficou concluída a regularização da titularidade dos terrenos abrangidos.
“Quando nós chegámos [à liderança da autarquia], há um ano, não havia um único terreno regularizado em nome do município. Então, lá poderia ser, nós podermos fazer uma inauguração, a abertura de uns passadiços, sem que os terrenos estivessem devidamente regularizados em nome do município”, questionou.
Explicou aos jornalistas que o município que lidera fez “um trabalho intenso” e conseguiu, no dia 29 de setembro, ter o processo regularizado.
“Foi com uma grande satisfação que conseguimos chegar ao fim deste calvário burocrático”, rematou.
O trajeto dos Passadiços do Mondego desenvolve-se nas margens do rio Mondego, nas proximidades da cidade da Guarda, ao longo de um percurso com cerca de 12 quilómetros.
Os passadiços, que ficam a 15 minutos da cidade, integram um percurso que inicia na aldeia de Videmonte, passa na aldeia dos Trinta, em Vila Soeiro e termina na barragem do Caldeirão.
O percurso incluirá travessias de pontes e zonas culturais e aproveitará grande parte dos caminhos já existentes.
A infraestrutura está inserida na Serra da Estrela, no Parque Natural da Serra da Estrela, no Geopark Estrela e “paredes meias” com as aldeias de Videmonte, Trinta, Vila Soeiro, Misarela, Pero Soares, Chãos e Maçainhas.
O projeto é considerado “âncora” para a Guarda e para toda a região, por o autarca reconhecer que atrairá visitantes para o concelho e também para os municípios vizinhos.
Ao longo do percurso dos Passadiços do Mondego existem sete antigas fábricas têxteis que o município também pretende potenciar no âmbito da aposta no turismo industrial.
Durante a visita ao local, em maio, Sérgio Costa explicou que a autarquia pretende criar um programa que envolva “tudo aquilo que anda à volta dos Passadiços”, para que as pessoas visitem e fiquem na Guarda “por um fim de semana completo”.