“É incrível, porque são descobertas muito importantes. A primeira foi feita nos anos 70”, disse o responsável pelo programa de neurociências da Fundação Champalimaud.
A descoberta, hoje reconhecida através do mais importante prémio da Medicina, “tem a ver com a forma como o espaço é representado no nosso cérebro e mostra que há células específicas que representam o espaço”, explicou.
“Esta é a área mais estudada, sobre sítios [no cérebro] muito importantes na memória e na perda de memória”, destacou.
Rui Costa manifestou-se particularmente satisfeito não apenas por os galardoados serem “excelentes cientistas”, mas também porque os conhece e sabe que são “muito boas pessoas”.
O Prémio Nobel da Medicina 2014 foi hoje atribuído ao norte-americano John O”Keefe e ao casal de noruegueses May-Britt e Edvard Mosel, pelas suas descobertas sobre as “células que constituem um sistema no cérebro de determinação da posição”, uma espécie de GPS interno, segundo o júri.
Este sistema permite responder a questões simples, tais como: “Como sabemos onde estamos? Como conseguimos encontrar o caminho entre um local e outro? Como guardamos esta informação de modo a pudermos encontrar rapidamente o caminho uma outra vez?”.
O norte-americano-britânico John O”Keefe descobriu em 1971 o primeiro componente deste “GPS”. Foi preciso esperar até 2005 para que May-Britt e Edvard Mosen identificassem um outro componente-chave do sistema, células nervosas que criam um sistema de coordenadas para determinar as posições.
A recompensa de oito milhões de coroas suecas (cerca de 881.000 euros) será entregue em duas partes, metade para O”Keefe e metade para o casal Moser.