Município de Almeida suspende obras de pavimentação nas Portas de São Francisco

O executivo determinou interromper os trabalhos de pavimentação porque “há clara intenção do município de que as obras decorram de acordo com os projetos previamente aprovados”.

A Câmara Municipal de Almeida suspendeu as obras de pavimentação que estavam a decorrer nas Portas de São Francisco, por a intervenção realizada não estar de acordo com os projetos “previamente aprovados”, informou a autarquia.


A decisão de suspender os trabalhos, realizados no âmbito da empreitada de “Restauro Estrutural das Portas de São Francisco, Respetivos Corpos de Guarda e Pavimentações”, foi tomada na quinta-feira, 19 de janeiro, pelo executivo municipal liderado por António José Machado (PSD).


O autarca emitiu um comunicado para explicar que o executivo determinou interromper os trabalhos de pavimentação porque “há clara intenção do município de que as obras decorram de acordo com os projetos previamente aprovados”.


“No entanto, por vezes, a realidade nem sempre nos consegue dar a real perspetiva que o desenho do projetista nos mostra. Consideramos que no caso em apreço se regista esse facto e, por isso, tomámos a decisão de suspender os trabalhos de pavimentação”, acrescentou.


António José Machado informou, ainda, que “com elevação e sentido de responsabilidade, foi já encetado o diálogo com o projetista no sentido de tentar perceber alternativas que vão de encontro àquilo que são as expectativas do executivo para que, dentro do espírito reformista legalmente instituído, se consiga respeitar e manter a beleza do património que a Praça-Forte de Almeida possui”.


O presidente da autarquia de Almeida, no distrito da Guarda, também sublinhou que “não foi e não será com toda a certeza intenção do executivo desvirtuar ou tirar brilho ao conjunto monumental que a Praça de Almeida possui”.


“Antes pelo contrário, as centenas de milhares de euros investidos ao longo dos últimos anos no restauro e melhoria de todo o património demonstram as vontade e estratégia do executivo”, vincou.


A terminar, o autarca garantiu que “durante os próximos dias será apresentada e implementada uma solução alternativa”.


A concelhia do Partido Socialista (PS) de Almeida pronunciou-se sobre a obra através da publicação de um comunicado na sua página oficial do Facebook.


No documento, publicado na quarta-feira, o partido referiu que desde julho de 2022 tem “efetuado pedidos de esclarecimento junto da Direção Regional de Cultura do Centro (DRCC) no que diz respeito às obras que ocorreram em Castelo Mendo e que decorrem nas Portas de São Francisco, em Almeida”, tendo também referenciado uma derrocada na muralha da Aldeia Histórica de Castelo Mendo.


“O património existente em todo o concelho deve ser conservado mantendo a sua identidade histórica! É, para nós, um assunto da maior importância! É à DRCC que cabe a aprovação e verificação legal destas intervenções no nosso património, mas o cunho da obra será sempre dos executores!”, referiu a concelhia socialista de Almeida.


A vila de Almeida, situada junto da fronteira com Espanha, faz parte da rede das Aldeias Históricas de Portugal.


A antiga praça-forte de Almeida, construída nos séculos XVII e XVIII, é considerada uma “joia” da arquitetura militar abaluartada.


Os municípios de Almeida, Elvas, Marvão e Valença formalizaram, em dezembro de 2019, junto da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), a candidatura conjunta das Fortalezas Abaluartadas da Raia a Património Mundial.


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