Movimento pede à população para se manifestar contra ampliação de mina na Guarda

Acao Florestaviva

O movimento quer sensibilizar “não só as pessoas que tentam viver neste território, mas também o público regional e nacional para agirem contra um atentado para a serra e as populações locais”.

O movimento Ação Floresta Viva está a apelar às populações para se manifestarem contra a ampliação da Mina de Alvarrões, no concelho da Guarda, considerando ser uma ameaça ao ambiente da serra da Estrela.

O grupo, composto por proprietários e moradores das freguesias de Gonçalo e da Vela, abrangidas pela concessão de exploração, está a pedir à comunidade em geral que se manifeste contra o projeto na consulta pública a decorrer no portal participa.pt e que assine a petição pública Contra a Ampliação da Mina de Alvarrões – Proteção Ambiental e Paisagística da Serra da Estrela dirigida à Agência Portuguesa do Ambiente (APA).

“Não somos contra as minas, mas tem de haver um equilíbrio entre a economia e a natureza. Somos cidadãos preocupados com o local em que vivemos”, salientou à agência Lusa Pedro Silva, proprietário e elemento da Ação Floresta Viva.

De acordo com o documento em consulta pública até 04 de setembro pretende-se ampliar a área de concessão da mina de cerca de 6,5 hectares para cerca 32,6 hectares e os trabalhos de exploração terão como foco principal a exploração de feldspato e quartzo, para a produção de pasta cerâmica.

Pedro Silva disse que os moradores foram surpreendidos há poucos dias com a consulta pública do projeto que considera ser “mais uma ferida na encosta entre Gonçalo, Seixo Amarelo e a Vela, já massacrada pelos incêndios”.

O movimento quer sensibilizar “não só as pessoas que tentam viver neste território, mas também o público regional e nacional para agirem contra um atentado para a serra e as populações locais”.

Pedro Silva refere que os moradores estão bastante apreensivos quanto ao futuro da natureza e da vida das pessoas naquela zona. “Há muita gente que quer usar aquela encosta para viver e neste momento há toda uma incógnita”, assinala.

O representante da Ação Floresta Viva manifesta muitas dúvidas sobre as medidas mitigadoras que o projeto apresenta e quanto à sua efetiva execução no futuro.

“Daquilo que nós vemos agora a olho nu há espécies invasoras que invadiram o espaço de arborização de pinheiro-bravo que estão na mina. Se agora é assim, o que será com 32 hectares?”, questiona.

O movimento está a divulgar as ações no contacto com as populações e também através das redes sociais.

Na petição pública, que conta com mais de 800 assinaturas, os signatários consideram que a ampliação da Mina de Alvarrões representa “uma ameaça significativa ao ambiente e à paisagem da Serra da Estrela” que irá comprometer a integridade paisagística de uma das principais entradas para a serra da Estrela e também pôr em risco os progressos feitos nos projetos de reflorestação e na preservação da biodiversidade local.

Pede-se à APA que tome medidas urgentes para proteger o valioso património natural, garantindo um futuro sustentável para as gerações vindouras.

Os representantes do movimento já encetaram contactos preliminares com a Câmara Municipal da Guarda aguardando por uma posição oficial sobre o assunto.

A Ação Floresta Viva foi criada após os incêndios de agosto de 2022, com o primeiro objetivo de reflorestar aquela área do concelho da Guarda.


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