Ministra do Trabalho defende criação de primeiro porto seco na Guarda

A interioridade da Guarda deve ser vista “como uma grande vantagem de ligação ao resto da Europa”, feita através do setor da logística.

A ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Ana Mendes Godinho, defendeu na sexta-feira que a Guarda reúne condições para ter o primeiro porto seco de Portugal, o que permitiria dar competitividade a esta zona do país.

“Vivemos momentos que nos obrigam a repensar e a redirecionar as nossas prioridades, mas também a tornar evidentes algumas das prioridades identificadas há uma década e que podem ser uma forma de transformar o interior numa centralidade”, afirmou a governante, durante uma visita à Olano Portugal, situada na Plataforma Logística de Iniciativa Empresarial da Guarda.

Na sua opinião, o facto de a Olano Portugal ter ficado com uma concessão na Plataforma Logística de Leixões foi um “passo importantíssimo”, porque passou a ter capacidade de acolher mercadorias que chegam por via marítima.

“É um passo decisivo para o passo seguinte em que estamos todos empenhados em trabalhar e serei uma grande defensora no sentido de criar aqui, cada vez mais, as condições para o arranque deste porto seco, como um eixo fundamental do posicionamento nesta centralidade do interior da península”, frisou.

No seu entender, a interioridade da Guarda deve ser vista “como uma grande vantagem de ligação ao resto da Europa”, feita através do setor da logística.

Ana Mendes Godinho disse que o seu apoio se prende com os efeitos que a pandemia de covid-19 “tem tido a nível económico, nomeadamente em termos de desemprego”.

“Cria a necessidade de termos mais foco e mais capacidade de atrair investimento e de criar emprego. É nessa ótica que vejo este projeto com um interesse acrescido de criação de emprego no interior”, justificou.

A ministra disse ao diretor-geral da Olano Portugal, João Logrado, que pode contar com o Governo “para tudo fazer no sentido de criar as condições” para que a Guarda tenha o primeiro porto seco, que considera “fundamental para criar uma dinâmica à volta”.

João Logrado contou que a Olano se acabou de instalar em 4.600 metros quadrados da Plataforma Logística de Leixões, com instalações que permitem “movimentar mais de 200 mil paletes por ano”, que se juntam às já 300 mil que no ano de 2019 foram armazenadas nas instalações da Guarda.

“Fruto das requalificações, em curso e em finalização, das linhas ferroviárias da Beira Baixa e da Beira Alta, e da linha de concordância entre ambas, aqui na Guarda, já em finalização, a cidade e região assume uma localização estratégica que a coloca como o único ‘hub’ de distribuição nacional e internacional de mercadorias, no interior do território nacional, para a exportação e importação de matérias-primas, produtos e serviços”, frisou.

No seu entender, estas circunstâncias “conferem uma oportunidade única para a implementação do primeiro porto seco no interior do território e junto à fronteira”.

João Logrado defendeu que “a própria plataforma (Logística de Iniciativa Empresarial da Guarda) devia ser o porto seco”.

“Depois nós levávamos os contentores aos comboios. Estamos a falar de aspetos burocráticos e de interesse efetivo para que isso seja criado. Basta a vontade política que a senhora ministra já demonstrou, o resto já cá existe e vamos dar mais vida à plataforma logística”, frisou.


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