Mantém-se uma frente ativa e “preocupante” na serra da Estrela

Segundo o Sistema Europeu de Informação de Fogos Florestais (EFFIS), este incêndio já terá consumido mais de 14.000 hectares.

O incêndio que deflagrou no sábado em Garrocho, no concelho da Covilhã, está hoje com uma frente ativa e de “maior preocupação” entre Videmonte (Guarda) e Linhares (Celorico da Beira), disse a proteção civil.

“O incêndio mantém-se com uma frente ativa com maior preocupação na zona entre Videmonte e Linhares, entre o concelho da Guarda e o de Celorico da Beira”, no distrito da Guarda, disse o segundo comandante da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

Miguel Cruz explicou aos jornalistas, na conferência de imprensa das 12:00, na Junta de Freguesia de Valhelhas, Guarda, que “durante a noite foi possível fazer um trabalho bastante significativo de consolidação desta área”.

“O incêndio, no restante perímetro, apresenta-se mais ou menos estabilizado, um pouco mais estabilizado”, assumiu o comandante das operações, que disse estarem àquela hora no terreno 1.571 operacionais, apoiados por 457 veículos e 15 meios aéreos.

Segundo o Sistema Europeu de Informação de Fogos Florestais (EFFIS), este incêndio já terá consumido mais de 14.000 hectares.

O incêndio, que deflagrou no sábado, na Covilhã, já avançou pela serra da Estrela até aos concelhos de Manteigas, Guarda, Gouveia e Celorico da Beira.

Entre os meios aéreos, explicou Miguel Cruz, está um Canadair espanhol que “foi solicitado pela proteção civil portuguesa, ao abrigo do acordo bilateral entre Portugal e Espanha”.

“Vai ser feito um trabalho conjugado durante todo o dia, com incidência nesta zona e nos restantes pontos quentes, ao longo do perímetro do incêndio [100 quilómetros] no sentido de garantir a sua consolidação”, adiantou.

Isto, porque, acrescentou, “tendo em atenção que a tarde tem condições propícias para a possibilidade de ocorrência de reativações no perímetro” e, por isso, a estratégia pass apor tentar que “sejam imediatamente veladas, considerando que as condições se agravam à tarde”.

“Teremos algumas variações do vento que, de certa forma, tem contribuído para termos aqui variações de direção que se alinham com a topografia ao longo de diferentes momentos do dia e isso é um fator que foi analisado”, avisou.

O segundo comandante da ANEPC assumiu que “o incêndio tem um perímetro já significativo e uma área com alguma dimensão” e, durante a tarde de hoje, “o trabalho será de consolidação desta zona” ativa.

Videmonte é a população mais próxima desta frente ativa, explicou o segundo comandante, mas, “para já, a situação está tranquila” e, a esperança, admitiu, é de que “não haverá perigo”.

Miguel Cruz esclareceu ainda que, na quinta-feira, entre as casas atingidas pelas chamas na freguesia de Videmonte, “uma, de primeira habitação, foi tocada pelo incêndio, sem danos significativos, e 20 habitações devolutas foram afetadas pelo incêndio”.

Relativamente aos três feridos graves na sequência do capotamento de um veículo dos Bombeiros Voluntários de Loures ocorrido na quinta-feira, o coordenador do Gabinete de Crise do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) disse que o seu estado de saúde “está a evoluir de forma favorável”.

“Felizmente, o prognóstico, e após exames complementares diagnóstico as lesões resultantes carecem de alguma vigilância, mas a sua recuperação será na totalidade, o que indica um bom prognóstico de recuperação destes operacionais”, afirmou Tiago Augusto.

Os dois feridos ligeiros já tiveram alta e um dos feridos com gravidade terá alta ainda no período da manhã. Os outros ficarão em monitorização, nos hospitais de Viseu e da Guarda, durante as próximas horas, acrescentou.


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