Maioria dos novos médicos do hospital da Covilhã são da UBI

Dos 26 novos médicos que entraram no início do ano no Centro Hospitalar Cova da Beira (CHCB), 15 são formados pela Universidade da Beira Interior (UBI).

A estratégia para o futuro passa por segurar os profissionais de saúde na região, aliando a vertente clínica, a investigação e a docência, numa parceria entre CHCB e UBI.

“Nós formamos e o grande problema que tínhamos tido até esta altura era que grande parte dos nossos alunos acabavam por ter que migrar para outros locais”, explica o presidente da Faculdade de Ciências da Saúde (FCS) da UBI. “Sob esse ponto de vista, uma das missões da FCS, que é contribuir para o enriquecimento e a consolidação do tecido de prestação de cuidados de saúde na região, acabava por cair por terra. Assim sendo, o número crescente de médicos que regressam ou que se fixam no Interior é fundamental”, sublinha Luís Taborda Barata, que diz sentir “uma grande satisfação” pelos mais recentes números. “É quase o fechar de um ciclo”, considera.

Apesar de 15 em 26 profissionais representar um rácio importante, aquele responsável lembra que a maior parte, por enquanto, “ainda são alunos que estão no ano comum, e só ficaremos mais descansados quando virmos um número progressivamente maior de internos de especialidade a ficar residentes e, mais ainda – aí é que será a conclusão do ciclo – quando tivermos jovens especialistas a, ostensivamente, designarem este como o local de eleição para desenvolverem as suas atividades profissionais”.

De resto, a estratégia passa por incentivar os profissionais a prosseguirem com a investigação científica na UBI. Nesse sentido, “a FCS tem-se articulado com as unidades de saúde locais, estabelecendo uma parceria, de forma a que se possa tornar mais apelativa a vinda para o Interior, nomeadamente, em termos de colaboração no ensino e na investigação”. Luís Taborda Barata assegura mesmo que “há alguns alunos e ex-alunos com muito boa diferenciação profissional que optaram por regressar precisamente porque lhes interessa muito ter essa continuidade, que não seja apenas a prestação dos cuidados de saúde, mas também, complementá-la com investigação e ensino”.

O presidente da FCS destaca a importância desta forma de pensar o desenvolvimento da medicina, até porque, “em termos internacionais está mais do que demonstrado que as unidades de saúde que têm também um envolvimento forte no ensino e na investigação são melhores unidades de saúde. E é isso que tem caraterizado estas unidades de saúde articuladas com a Faculdade e, portanto, todos nós beneficiamos”.

Taborda Barata reitera que “tudo aquilo que sejam iniciativas conjuntas com as entidades de saúde têm o nosso apoio total, precisamente para mostrarmos que há um projeto de qualidade no Interior e que vale a pena ficar cá”. A estratégia aplica-se, “não só aos nossos alunos que sabem que existe, mas também a alunos formados noutras universidades, que nos interessa atrair para o Interior”.

O presidente do CHCB assegura que os novos elementos “estão sensibilizados e nós fizemos questão de lhes relembrar essa possibilidade de enveredarem por carreiras académicas e desenvolverem a investigação clínica, que é uma área que precisa de ser mais dinamizada”. Miguel Castelo-Branco lembra que “Portugal está a aumentar a produção científica na área da ciência clínica e nestes últimos anos tem tido um incremento muito positivo, pelo que, é óbvio que o CHCB e a UBI têm todo o ambiente propício para que, dentro de si próprias, possa haver esta dinamização e esta criação de nova ciência e de novo saber”.

Sublinhando a “enorme satisfação” pela escolha do CHCB por parte dos novos internos, lembra a “dupla satisfação por uma boa parte deles terem sido alunos da FCS da UBI”. A intenção é “fazer um esforço no sentido de aumentar as capacidades formativas para as formações já de especialidade, permitindo que esta vontade, que é manifesta de continuarem por cá, se continue a poder exprimir”, até porque, “o que tem acontecido é que, havendo vagas nas especialidades pretendidas, optam sempre por ficar”.


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