O Instituto Politécnico da Guarda vai dar formação a quadros da administração pública e do setor privado de São Tomé e Príncipe, no âmbito de um protocolo celebrado com a Câmara Distrital de Água Grande, foi hoje anunciado.
Segundo o IPG, o acordo foi celebrado na terça-feira em São Tomé e Príncipe e, além de criar condições para que o número de estudantes daquele país africano aumente na Guarda, prevê que os professores do IPG se desloquem àquele território para “dar formações específicas e desenhadas à medida das necessidades locais”.
Numa deslocação a São Tomé e Príncipe, o presidente do IPG, Joaquim Brigas, reuniu-se também com o Ministério do Ensino Superior, com a ministra do Turismo e com o ministro da Juventude, Desporto e Empreendedorismo tendo igualmente em vista formar quadros locais em São Tomé através de ações preparadas por professores do IPG.
Além da formação local, o acordo com a Câmara Distrital de Água Grande tem nos seus objetivos “facilitar a recolha documental e o encaminhamento de estudantes de São Tomé e Príncipe para aprenderem na Guarda, bem como apoiar o seu alojamento e as suas condições de vida durante a frequência dos ciclos de estudos de licenciatura, mestrado e pós-graduações no IPG”.
O instituto adianta em comunicado que durante a estada de três dias o seu presidente esteve reunido com a Embaixada Portuguesa naquele Estado, “tendo o embaixador Luís Gaspar da Silva dado o seu apoio aos contactos estabelecidos”.
“Este protocolo tem dois âmbitos que são inovadores: um é que o IPG irá fazer, em São Tomé e Príncipe, formações à medida das necessidades reais e concretas que tanto a administração pública como as organizações privadas sentem de qualificar os seus recursos humanos”, afirmou Joaquim Brigas, após a assinatura do documento.
O outro aspeto inovador, segundo o responsável, “será a forma como o IPG irá acompanhar a frequência de estudos dos jovens santomenses na Guarda, não só apoiando a sua estada, mas também orientando, com profissionais competentes para a tutoria, o seu percurso académico”.
“Vamos definir as prioridades, tanto para a formação a realizar no IPG em Portugal, como para aquela que irá ser feita aqui em São Tomé. Para a formação que será feita localmente queremos envolver outras instituições locais, como a Universidade de São Tomé e Príncipe”, declarou o presidente da Câmara Distrital de Água Grande, José Maria da Fonseca, citado na nota.
José Maria da Fonseca revelou-se também “muito satisfeito” com as “soluções alternativas” que o protocolo prevê para apoiar o aumento de estudantes santomenses nos cursos do IPG ministrados em Portugal.
“Essas soluções alternativas irão permitir aumentar em cerca de 20% o número de estudantes deste distrito que, em média, entram por ano no IPG”, afirmou o responsável.
Atualmente, esse número ronda os 60 estudantes por ano de Água Grande, num total 270 santomenses.
O protocolo entrou em vigor no dia da assinatura e terá a duração de três anos letivos, sendo renovável por igual período.