Incêndios: Recuperação de linhas de águas das bacias do Mondego e Zêzere na Guarda envolve 1,5 ME

As intervenções vão ser realizadas na zona sul do concelho, na área do rio Zêzere, nas freguesias de Valhelhas, Famalicão da Serra e Gonçalo, e no curso do rio Mondego.

A Câmara Municipal da Guarda decidiu ontem lançar quatro procedimentos para concursos, no valor de 1,5 milhões de euros (ME), para recuperação de linhas de água que foram danificadas pelos incêndios do verão de 2022.

“Lançámos, depois dos projetos feitos, depois dos seus licenciamentos, os procedimentos relativos ao protocolo que o município da Guarda estabeleceu com a Agência Portuguesa do Ambiente e o Fundo Ambiental, para as intervenções pós-incêndios 2022, concretamente nas linhas de água”, disse o presidente da autarquia no final da reunião quinzenal do executivo municipal.

Segundo Sérgio Costa (Movimento pela Guarda), os procedimentos no valor de 1,5 milhões de euros, a realizar no âmbito de um protocolo estabelecido pela autarquia com a Agência Portuguesa do Ambiente e o Fundo Ambiental, vão financiar intervenções nas bacias dos rios Zêzere e Mondego, que foram danificadas pelos fogos que atingiram a serra da Estrela.

As intervenções vão ser realizadas na zona sul do concelho, na área do rio Zêzere, nas freguesias de Valhelhas, Famalicão da Serra e Gonçalo, e no curso do rio Mondego, concretamente nas freguesias de Videmonte, Aldeia Viçosa, Porto da Carne e Vila Cortez do Mondego, que foram “grandemente afetadas” pelos incêndios do ano passado.

O autarca explicou que as obras vão contemplar “largas dezenas de quilómetros” de linhas de água principais e secundárias das bacias dos rios Mondego e Zêzere.

As intervenções abrangem trabalhos relacionados com limpezas de margens e de linhas de água, de galerias ripícolas, reconstrução de açudes e de margens, entre outras.

Na reunião de ontem do executivo foi também decidido por maioria, com a abstenção dos eleitos do PSD e do PS adquirir um imóvel no Largo do Passo do Biu, no centro histórico, localizado junto de um edifício que já é propriedade do município, pelo valor de 65 mil euros.

O edifício “não está devoluto, está num estado razoável de conservação” e foi adquirido para poder albergar um serviço público ou uma instituição público-privada, esclareceu Sérgio Costa.

No final da reunião, o vereador do PSD Carlos Chaves Monteiro disse aos jornalistas que os três eleitos se abstiveram na votação por terem sido adquiridos outros imóveis no centro histórico e “manterem-se em ruínas”.

“Abstivemo-nos porque não temos uma visão daquilo que é a estratégia do município. É mais um imóvel para quê? Qual é a estratégia [de a autarquia], adquirir mais um imóvel?”, justificou.

O vereador do PS Luís Couto também se absteve por constatar que a autarquia “já adquiriu umas dezenas de imóveis, alguns na zona histórica” e “continua tudo em ruínas”.

Na mesma reunião, o presidente da autarquia, Sérgio Costa, apresentou uma revisão orçamental, justificada por alguns avisos de concursos para obras não terem sido abertos até ao momento, que mereceram contestação por parte dos eleitos da oposição.

Carlos Chaves Monteiro disse que na revisão orçamental apresentada diminuem as rubricas do investimento e são reforçados os custos correntes e verifica-se “um gasto excessivo em coisas que não são produtivas”.

Por sua vez, o socialista Luís Couto observou que a alteração orçamental define um comportamento do executivo municipal “de pouco investimento e de muito gasto em despesas correntes”.

Luís Couto também apresentou alguns aspetos negativos relacionados com o processo de visitação dos Passadiços do Mondego, que o presidente do município da Guarda referiu estarem a ser corrigidos para dar resposta “à grande afluência de público”.


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