Figueira de Castelo Rodrigo quer troço Pocinho-Barca d'Alva considerado “investimento estruturante”

Carlos Condesso referiu que os autarcas, agentes económicos e turísticos, consideram o investimento “muito importante” para a região.

O presidente da Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo considerou hoje importante que sejam dados “passos concretos” para reabertura do troço Pocinho-Barca d’Alva da Linha do Douro e o Governo reconheça que é “um investimento estruturante”.

“O que é importante é que se deem passos concretos para que, no final, o Governo compreenda que este é um investimento estruturante para toda esta região, não só do Douro, como também do interior do país”, disse hoje Carlos Condesso.

O autarca social-democrata reagia, em declarações à agência Lusa, ao anúncio que o estudo de viabilidade técnica e ambiental da reabertura do troço Pocinho – Barca d’Alva, na Linha do Douro, estima que o projeto ronde os 75 milhões de euros, dos quais 59 milhões serão destinados a obra.

Carlos Condesso referiu que os autarcas, agentes económicos e turísticos, consideram o investimento “muito importante” para a região.

“Falta apenas agora o Governo declarar que este investimento é importante e se vai realizar. O Governo, na pessoa da ministra da Coesão Territorial, prometeu em campanha que a Linha do Douro era um desígnio deste território e mal andaria o Governo, ou os Governos, que não apoiassem o projeto”, referiu.

O autarca está na expectativa “que se cumpra essa promessa” porque a Linha “tem um potencial enorme” e “pode ser uma grande alavanca para o desenvolvimento” da região, dado que liga o litoral ao interior.

A reabertura da Linha do Douro entre Pocinho (Vila Nova de Foz Côa) e Barca d’Alva (Figueira de Castelo Rodrigo) representava “um grande alento” para o território, por possibilitar crescimento económico, criação de postos de trabalho e fixação de pessoas.

“É um investimento que todos já constataram que é importantíssimo, falta agora esse passo do Governo (…) dizer como e quando a vai reabilitar”, afirmou Carlos Condesso.

Lembrou, ainda, que a via tem um potencial “único no país”, porque atravessa os patrimónios mundiais do Alto Douro Vinhateiro e do Parque Arqueológico do Vale do Côa e o Parque Natural do Douro Internacional.

“Esta linha tem um potencial enorme e pode complementar aquilo que é o aumento do fluxo de turistas que vem por via fluvial. (…) E se o Governo quer dar um sinal de que ainda não abandonou o Interior do país e que quer praticar a tão aclamada e falada coesão territorial, então que faça este investimento, que é muito importante para este território”, acrescentou.

O presidente do município de Figueira de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda, sublinhou que a reabertura da via férrea poderá fazer com que os espanhóis “também repensem” a reabertura da ligação entre Barca d’Alva e Salamanca.

Na opinião de Carlos Condesso, se a reabertura do referido troço da Linha do Douro não for viável para o transporte de mercadorias, “que se reabra para fins turísticos”.

A Linha do Douro desenvolve-se ao longo de 191 quilómetros, de Ermesinde (Porto) a Barca d´Alva (Guarda), estando eletrificada até Marco de Canaveses (Porto).

O troço ferroviário de 28 quilómetros entre o Pocinho e Barca d’Alva foi encerrado em 1988.


Conteúdo Recomendado