Empresas do setor do granito de Pinhel queixam-se dos aumentos dos custos

A responsável contou que os custos com gasóleo e eletricidade aumentaram e a empresa tem vindo a tentar “manter os clientes e o preço”, mas a situação está difícil e “começa a ser preocupante”.

A proprietária de duas empresas do setor do granito do concelho de Pinhel, no distrito da Guarda, queixou-se hoje que está a ter custos de produção elevados, devido aos aumentos da energia elétrica e dos combustíveis.

Segundo Paula Cunha, proprietária da empresa de serração e transformação de granitos José Tavares da Cunha, Lda., que tem sede na localidade de Freixedas, no concelho de Pinhel, os custos com gasóleo e eletricidade aumentaram “quase 40 a 50%”.

“E, como nós não temos a benesse como têm os transportes de mercadorias, com o gasóleo profissional, o custo é muito maior”, referiu hoje a empresária à agência Lusa.

A responsável contou que os custos com gasóleo e eletricidade aumentaram e a empresa tem vindo a tentar “manter os clientes e o preço”, mas a situação está difícil e “começa a ser preocupante”.

“Não sabemos quanto tempo podemos aguentar assim, mas não é fácil”, indicou.

Outra preocupação da empresária do concelho de Pinhel está relacionada com a dificuldade na contratação de mão-de-obra.

A empresa, com mais de 40 anos de atividade, tem atualmente 10 trabalhadores.

“O pessoal que há [no mercado], não quer [trabalho]. Nós pedimos [trabalhadores] ao Centro de Emprego, mas a maior parte das vezes as pessoas recusam a oferta de trabalho e está a ser muito difícil. Como a maior parte da maquinaria é automática, conseguimos colmatar certas falhas, mas necessitávamos de pessoal. Precisávamos de mais, mas não há trabalhadores”, vincou.

A firma José Tavares da Cunha, Lda. comercializa para o mercado nacional e internacional, sendo que “mais de 50%” do material produzido é para exportação, principalmente para França e para a Suíça.

Paula Cunha também é proprietária da empresa Green Smile – Granitos Reciclados, Lda., instalada em Freixedas, que foi criada em 2009 e emprega duas pessoas.

“[A empresa] precisava de mais [trabalhadores], mas também não há”, referiu.

A unidade que transforma sobras de granitos em cubos e paralelos, provenientes de pedreiras da região, exporta “a maior parte do material” para França.

Para diminuir os custos com eletricidade nas duas unidades fabris do setor da transformação do granito, a empresária disse à Lusa que tem em curso a análise de um projeto para instalação de painéis fotovoltaicos.

Ao Governo, a empresária de Pinhel pede medidas específicas que possibilitem baixar o custo do gasóleo e da eletricidade.

Em Freixedas, Pinhel, no distrito da Guarda, existem atualmente três unidades fabris que se dedicam à transformação de granito.


Conteúdo Recomendado