Uma empresa de obras públicas, construção civil e de exploração de uma pedreira no concelho da Guarda, instalou uma central solar fotovoltaica na unidade de extração de granito, com o objetivo de reduzir a fatura energética.
Segundo a sócia-gerente Ana Saraiva, a empresa João Tomé Saraiva – Sociedade de Construções, Lda., instalou uma central fotovoltaica na pedreira, há cerca de seis meses, que já está em funcionamento.
Os 202 painéis solares de produção de energia elétrica permitem reduzir “os custos de energia na pedreira”, que possui uma grande dependência de eletricidade.
A empresária disse hoje à agência Lusa que o retorno do investimento, cujo valor não especificou, só se verificará “daqui a uns anos”.
“Só daqui a uns anos é que vamos reverter o valor que investimos, mas é uma ajuda. Começa a reduzir os valores nas faturas”, disse.
A empresa possui cerca de 100 trabalhadores e executa obras públicas e de construção civil, principalmente na região da Guarda, embora também tenha empreitadas em outros pontos do país.
Ana Saraiva referiu que o aumento dos custos das matérias-primas, devido à crise energética global, não compensa os valores das obras “que estão adjudicadas há meses”.
“Porque as obras estão adjudicadas, nós concorremos e desde a fase em que adjudicamos a obra até começar leva uma diferença muito grande. Temos um mecanismo da revisão dos preços, mas não nos compensa a subida dos custos que estamos a ter atualmente”, explicou, situação que também afeta a liquidez das empresas.
Por outro lado, referiu que “há muitos concursos que estão a ficar desertos”, porque as empresas concorrem abaixo do preço base e como “só passado uns tempos é que são lançadas a concurso”, a realidade das obras não corresponde aos estudos feitos previamente.
A sócia-gerente da empresa João Tomé Saraiva – Sociedade de Construções, Lda., adiantou à Lusa que o aumento de custos na empresa é significativo, indicando, por exemplo, que “os betumes nunca estiveram tão caros como agora” e o aço “subiu 400 euros a tonelada”.
Para aliviar a carga dos custos das empresas, a empresária sugere ao Governo, por exemplo, que aplique a medida do gasóleo profissional que não abrange o setor da construção civil e obras públicas.
“Também não temos benesses nas portagens, que as empresas de transportes rodoviários têm”, acrescentou.
Na opinião de Ana Saraiva, existem medidas “que também se podiam aplicar” ao setor em que a empresa do concelho da Guarda desenvolve a sua atividade.
“A experiência adquirida ao longo dos anos, com a execução de vários projetos de construção, possibilitou a evolução da empresa de forma sustentada. Com um corpo técnico especializado e um diverso parque de equipamentos, permite-lhe a concretização anual de um volume de negócios superior a seis milhões de euros”, lê-se na página da internet da firma.