Documentário de enfermeiro da Guarda chama a atenção para doentes com problemas de saúde mental

Fonte: http://1.bp.blogspot.com/-8n_bvwOBKMk/UhO5IYG4yOI/AAAAAAAAAk4/t74S6-IXTkI/s1600/Brain_11.jpg

Um enfermeiro da Guarda especialista em Saúde Mental e Psiquiatria realizou um documentário que aborda a realidade de doentes mentais que vivem em localidades rurais e que destaca a importância da valência do serviço de apoio domiciliário.

O documentário “Esta é a minha casa” foi realizado e produzido, em 2014, por Pedro Renca, enfermeiro especialista em Saúde Mental e Psiquiatria do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental da Unidade Local de Saúde (ULS) da Guarda, que acompanhou as visitas domiciliárias a quatro doentes mentais, três homens e uma mulher, dos concelhos de Fornos de Algodres e de Trancoso.

Segundo o autor, o filme visa “suscitar uma reflexão sobre alguns aspetos sociais e culturais que envolvem as histórias, emoções e dificuldades vividas por pessoas com problemas de saúde mental, residentes no próprio domicílio”.

“Reabilitar e reintegrar o doente mental são os objetivos dos cuidados prestados [pela Equipa de Enfermagem do Serviço Comunitário do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental da ULS da Guarda], demonstrando, assim, a importância das visitas domiciliárias para o equilíbrio social e emocional do doente, elemento de uma família e de uma comunidade”, referiu Pedro Renca à agência Lusa.

Os doentes mentais, pelo facto de viverem em meios recônditos e rurais, têm “os mesmos apoios” que aqueles que vivem em grandes meios urbanos, referiu o enfermeiro.

O documentário de 45 minutos vem provar que os doentes, “tendo uma doença que está medicada e tratada, não têm necessidade de estar internados em instituições”, acrescenta.

O trabalho, que foi realizado junto de sujeitos com idades entre 50 e 60 anos, prova ainda que “o apoio domiciliário é uma alternativa à institucionalização” e é “mais benéfico para o doente”.

O documentário de Pedro Renca vai permitir fazer “cair por terra” a ideia de que o doente mental “é perigoso, é um atrasado e um sem-abrigo”, vaticina a enfermeira Susana Garcia, da Equipa do Serviço Comunitário do Departamento de Psiquiatria e Saúde Mental da ULS da Guarda, que apoia cerca de 300 casos em todo o distrito.

“A ideia que queremos transmitir é que essas pessoas, que têm esses problemas de saúde mental, são pessoas capazes, que podem ser integradas socialmente no meio e que existem casos de sucesso nesse sentido de reintegração na comunidade”, disse.

A temática da saúde mental vai estar em destaque na terça-feira, pelas 21h30, no pequeno auditório do Teatro Municipal da Guarda (TMG), onde será exibido o documentário “Esta casa é minha”, seguido de debate.

A obra, com realização e produção de Pedro Renca, locução de Joaquim Martins e música de Miguel Cordeiro, já foi exibida em Coimbra e em Portalegre.


Conteúdo Recomendado