Crise/Energia: Sabugal lamenta que plano de poupança não diferencie territórios com temperaturas baixas

A autarquia do Sabugal está a implementar outras medidas, como a instalação de painéis solares e fotovoltaicos para reduzir a fatura energética em “cerca de 30 a 40%”.

O presidente da Câmara do Sabugal lamentou ontem, 25 de outubro, que o plano de poupança de energia 2022-2023, publicado numa resolução de Conselho de Ministros, não diferencie as regiões do país nas quais as temperaturas são mais baixas no inverno.


“A Resolução [do Conselho de Ministros] que saiu é uma Resolução para o país. Claramente, tem esta lacuna. Há zonas do país, como a nossa, que têm amplitudes térmicas muito variáveis. Nós [no Sabugal] chegamos a ter temperaturas negativas de oito, nove, dez graus, que outros territórios não têm”, disse à agência Lusa Vítor Proença.


Segundo o autarca do Sabugal, no distrito da Guarda, na deliberação do Governo não há “uma diferenciação” para os territórios que registam temperaturas mais baixas nos meses de inverno e têm custos acrescidos com o aquecimento dos edifícios.


O município do Sabugal já adotou várias medidas de poupança de energia e terá o cuidado de tentar regular as temperaturas dos sistemas de aquecimento dos seus serviços para níveis que “não ponham em causa o normal funcionamento das instituições”.


Na opinião de Vítor Proença, na Resolução do Conselho de Ministros “devia haver uma medida discriminatória” para territórios como o do Sabugal, no interior do país, “que têm este problema de temperaturas muito baixas no inverno”.


De acordo com o plano do Governo, as temperaturas dos equipamentos de climatização interior serão reguladas “para o máximo de 18.°C no inverno e o mínimo de 25.°C no verão”.


O autarca do Sabugal considera que 18.°C no interior dos edifícios é uma temperatura que “não se coaduna com as temperaturas negativas” da região.


No entanto, assegurou que o seu município irá acompanhar a situação e que os seus responsáveis estarão “muito atentos”.


No âmbito do plano de poupança de energia 2022-2023, a Câmara Municipal do Sabugal já tomou e tem previstas várias medidas para reduzir o consumo energético de eletricidade, por considerar a situação “incomportável” do ponto de vista financeiro.


Em relação à iluminação pública está a ser feita a sua telegestão e a redução da intensidade das luminárias LED poderá passar “para o mínimo possível”.


As iluminações cénicas (castelos do Sabugal, Alfaiates, Vilar Maior, muralhas e castelo de Sortelha) e de edifícios e pedonais também foram ajustadas para desligarem às 22h00 aos dias de semana e às 23h00 ao fim de semana.


A iluminação natalícia também irá funcionar num horário mais reduzido do que o habitual (entre as 18h00 e as 24h00).


Segundo o responsável, a autarquia do Sabugal está a implementar outras medidas, como a instalação de painéis solares e fotovoltaicos para reduzir a fatura energética em “cerca de 30 a 40%”.


“Isso requer um trabalho árduo, mas estamos convencidos de que, com a colaboração de todos, iremos conseguir chegar a esses valores”, disse Vítor Proença.


Entre outros projetos municipais, está prevista a realização de “investimentos significativos” relacionados com a instalação de iluminação cénica inteligente, a substituição de antigas luminárias por focos de iluminação de tecnologia LED e a instalação de painéis solares térmicos para aquecimento de água das Piscinas Municipais e no balneário termal do Cró (onde a água é aquecida com recurso a gás natural).


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