A 13.ª edição do Festival da Cherovia realiza-se de quinta-feira a domingo, na Covilhã, e apresenta um programa maioritariamente ‘online’ com iniciativas que visam promover este produto gastronómico que faz lembrar uma cenoura branca.
Este ano, o evento volta a contar com gastronomia, tertúlias, música e dança, trocando, na maioria das ações, as ruas do centro histórico da cidade pelas plataformas digitais, face à pandemia provocada pela covid-19.
Além disso, também agregará algumas iniciativas presenciais, que seguirão sempre as regras vigentes, segundo garante a organização a cargo da Banda da Covilhã, Câmara da Covilhã e Associação Cultural Deserturna, em parceria com a Covilhã Eventos e com a Confraria da Cherovia e da Panela do Forno.
“Nesta edição, criámos as condições para que fosse possível que, todos em casa, confortavelmente e em segurança, pudessem participar e assistir ao festival. E o primeiro desafio que lançamos é que cada um seja ‘chef’ na sua cozinha, que tendo a cherovia como base confecione um prato, mandando-nos depois a receita e a fotografia”, apontou durante a apresentação do evento, Eduardo Cavaco, presidente da Banda da Covilhã e principal promotor da iniciativa.
Segundo frisou, esta aposta no ‘online’ também contribuiu para uma produção de conteúdos, que vão ser lançados nas plataformas digitais e que devem afirmar-se como mais um veículo para promover a cherovia, mesmo para além do tempo do festival.
Entre os conteúdos está a realização de ‘live-cookings’, onde pessoas anónimas apresentam receitas de cherovia, numa ação que foi previamente gravada junto às diferentes obras do circuito de arte urbana, numa ligação que pretende promover dois dos valores da cidade.
Outro dos destaques prende-se com a realização de um concurso de criatividade infantil – “História da Cherovia” -, em que os participantes devem apresentar um desenho ou uma banda desenhada inspirada na história daquele tubérculo.
Ao nível da parte física do festival será realizada a “Semana Gastronómica da Cherovia”, que conta com a participação de 13 restaurantes da cidade que estão a apresentar um prato especial à base de cherovia nas respetivas ementas.
Já para dia 27 está agendada a realização “Rota da Cherovia – Ao Encontro da Terra”, que vai à descoberta das plantações de cherovia e onde os participantes vão poder apanhar aquela raiz e participar numa degustação, sendo que esta ação tem inscrições limitadas.
Do programa fazem ainda parte a “Montra de Cherovia” que estará patente no Serra Shopping e as ações de dinamização da cherovia que vão decorrer nos dias 24, 25 e 26 no Mercado Municipal da Covilhã.
Juntam-se ainda atuações ‘online’ com artistas locais, nomeadamente a transmissão de uma serenata da Desertuna (quinta-feira, às 21:30), de uma sessão de fados (sexta-feira, às 21:30), de uma atuação da Desertuna (sábado, às 17:00), de um momento de bailado pela “Kayser Ballet” (sábado, às 21:30) e de uma atuação da Banda da Covilhã (domingo, às 17:00).
Rica em vitamina C, potássio, fósforo e magnésio, a cherovia sempre foi um produto usado na gastronomia da Cova da Beira, mas que era praticamente desconhecido no resto do país.
A dinamização do evento tem contribuído para a afirmação gastronómica desta raiz e para o aumento da produção, que, segundo a organização, passou de uma tonelada para cerca de 20, além das inúmeras receitas à base de cherovia entretanto criadas.
Agostinho Martins, ‘chef’ na Pousada da Serra da Estrela, testemunha a potencialidade gastronómica deste tubérculo: “A cherovia não tem limites. Eu fiz pão, pataniscas e inúmeros pratos”, disse.
Presente na sessão de apresentação, José Miguel Oliveira, vereador da Câmara da Covilhã, destacou a importância deste festival e a aposta que a autarquia tem feito no evento que contribui para afirmar a Covilhã como “capital da cherovia”.