Em declarações à agência Lusa, Esmeraldo Carvalhinho (Manteigas) e António José Machado (Almeida) reconhecem que a situação em que se encontram os dois municípios, que não partilham fronteiras, deve-se ao “esforço” dos residentes, dos visitantes e também à atuação das autoridades locais.
“Eu diria que é com o esforço de todos os manteiguenses e também daqueles que nos visitam”, afirma o autarca de Manteigas.
Esmeraldo Carvalhinho lembra que o seu concelho já “esteve num patamar bastante elevado, porque estava com um número de casos [de infeções por covid-19] excessivo, mas paulatinamente veio descendo” e hoje apresenta “cinco casos ativos”.
“Atingimos este patamar porque, de facto, a população soube comportar-se depois de um momento negativo que passámos, nomeadamente em novembro e no princípio de dezembro. Agora, estamos um pouco mais aliviados”, reconhece.
O autarca destaca a conduta da população e lembra que “houve um trabalho extraordinário de muita proximidade, de todas as entidades que fazem parte da Comissão Municipal de Emergência e Proteção Civil”.
Depois de admitir que “de um momento para o outro os números podem ‘disparar’”, Esmeraldo Carvalhinho assegura que o município vai ficar atento para que os mesmos não se alterem até que “uma boa parte da população” esteja vacinada contra a covid-19.
O presidente da Câmara de Almeida, António José Machado, disse à Lusa que a situação verificada no seu concelho motiva alguma “admiração” e revela que os habitantes e prestadores de serviços locais “acataram as medidas do Governo e da autarquia”.
“[A situação] dá mais confiança à população, porque cumpriu as regras e os números [de infetados pelo coronavírus] baixaram. Também vem dar um pouco mais de oxigénio à parte económica do concelho e é um alívio, em termos sanitários, por estarmos numa situação mais facilitada”, reconhece.
No entanto, apesar de no fim de semana o concelho não estar sujeito à proibição de circulação na via pública a partir das 13h00, por os outros em redor se encontrarem nessa situação, o autarca diz que “as pessoas não o podem visitar e a melhoria, em termos económicos, não resulta em nada”.
No concelho de Almeida, localizado junto a Espanha, situa-se a fronteira de Vilar Formoso, a principal fronteira terrestre do país, o que também significa, no entender de António José Machado, que quem por ali passa e os prestadores de serviços cumprem com as regras de saúde em vigor.
O autarca de Almeida refere, ainda, que por o município ter pouca população “basta haver um foco de infeção e o estado do concelho muda de um dia para o outro”.
Os concelhos de Almeida e Manteigas são os únicos do distrito da Guarda que no próximo fim de semana não estão sujeitos à proibição de circulação na via pública a partir das 13h00.
Fazem parte de um grupo de 25 concelhos, espalhados por 10 distritos, que são considerados em situação moderada por terem menos de 240 infetados por 100 mil habitantes, que escapam ao recolher obrigatório ao fim de semana determinado na quinta-feira pelo Governo.
Na lista apresentada pelo Governo, estão ainda 56 concelhos de Portugal continental considerados como tendo um nível de risco extremo de contágio por covid-19, outros 132 concelhos como estando em risco muito elevado e 65 em risco elevado.