O presidente da Câmara Municipal da Guarda apelou ontem à “urgente” constituição de brigadas de intervenção rápida na região, para ser dada resposta às eventuais situações de covid-19 que venham a ocorrer em lares de idosos.
“É urgente que as equipas de intervenção rápida sejam constituídas”, defendeu o autarca Carlos Chaves Monteiro durante a reunião quinzenal do executivo.
Segundo o presidente da autarquia, na região da Guarda, “até agora, o maior problema” verificado no contexto do combate à pandemia em lares de idosos, “é a inexistência de equipas de intervenção rápida para apoiar as instituições” com funcionários que testem positivo ou que entrem em isolamento profilático.
Carlos Chaves Monteiro explicou aos jornalistas que o apelo foi lançado após, no fim de semana, ter sido equacionada a possibilidade de recurso a uma brigada de intervenção rápida para atuar num lar de idosos.
A atuação da brigada não se confirmou, mas o autarca soube, mais tarde, que a ser necessário, tal não se teria verificado, uma vez que dois dos três elementos da equipa disponível tinham apresentado teste positivo para o novo coronavírus, que provoca a covid-19/para o SARS-CoV-2, vírus da covid-19.
“Embora a situação tenha sido ultrapassada, a verdade é que nos alerta para um problema grave que é, numa situação de rutura destas instituições, não poder acontecer logo [a intervenção de] uma equipa de intervenção rápida”, disse.
As brigadas de intervenção rápida são constituídas pelo Ministério da Segurança Social em articulação com os Centros de Emprego e a Cruz Vermelha Portuguesa, indicou.
A vereadora do PS, Cristina Correia, referiu que o processo de constituição de brigadas de intervenção rápida “está a arrancar tardiamente” e “já devia estar preparado antes”, porque “toda a gente sabia que a situação iria piorar”.
O vereador social democrata sem pelouros, Sérgio Costa, mostrou-se “plenamente de acordo” com as preocupações do presidente da autarquia e disse que o Governo “tem de tratar rapidamente” da constituição de brigadas na região.
Segundo o presidente do município da Guarda, no concelho, onde estão contabilizados 239 casos ativos, registam-se três situações em lares de idosos com utentes e funcionários com testes com resultado positivo.
São também conhecidos casos de infeção entre trabalhadores do município (quatro), no Centro Escolar de Gonçalo e nos serviços da Segurança Social (estão ambos encerrados).
Portugal contabiliza pelo menos 2.343 mortos associados à covid-19 em 121.133 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS).