CCDR-N aposta no reforço das relações culturais e patrimoniais com Castela e Leão

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Para Juan Carlos Prieto o património cultural de Portugal e Espanha é único e é ibérico.

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N) está a apostar no reforço da cooperação transfronteiriça com Castela e Leão, em Espanha, ao nível do património cultural e da cultura, eixos considerados estratégicos a nível peninsular.

Em declarações à agência Lusa, à margem do certame “AR-PA” que decorreu até domingo em Valladolid, Espanha, o vice-presidente da CCDR-N, Jorge Sobrado, explicou que o património cultural e a cultura são eixos estratégicos de desenvolvimento e cooperação transfronteiriça.

“Com Castela e Leão não é possível falar de cooperação sem colocar no centro da agenda das relações [bilaterais] o património cultural, o património natural, ou a cultura entendida como setor criativo ou do turismo cultural”, indicou o responsável pelas áreas da Cultura e Património, dentro da CCDR-N.

Jorge Sobrado acrescentou ainda que, com esta forte presença na AR-PA – que reúne seis parceiros, desde o Porto a Vila Nova de Foz Côa (Guarda), passando por Miranda do Douro e o território do Baixo Sabor, que engloba os concelhos de Torre de Moncorvo, Alfândega da Fé, Mogadouro e Macedo de Cavaleiros, no distrito de Bragança -, dá-se um sinal de compromisso regional no estreitamento das relações culturais e patrimoniais com Castela e Leão.

“Há laços históricos e centenários, milenares, mesmo, entre o Norte de Portugal e Castela e Leão que são hoje verificáveis e experienciados em património, como, a título de exemplo, {as rotas] do românico e o património romano, [cujos] elementos territoriais devem ser explorados de forma conjunta”, explicou o responsável.

Neste contexto, Sobrado disse que nesta edição da AR-PA, haverá oportunidade “para dar mais um passo no sentido do diálogo e na aposta” a “desenvolver, como é caso do património romano de Três Minas [Pouca de Aguiar] com Las Médulas [Castela]”.

“Esta cooperação abre as portas ao complexo mineiro de Três Minas beneficiar do ‘selo’ da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura [UNESCO], como já foi atribuído a Las Medulas. É esta cooperação que permitirá a extensão dessa classificação a Três Minas, abrindo as portas deste património nortenho à sua internacionalização, mas também, a um processo conjunto de valorização, investigação ou de marketing territorial”, destacou Jorge Sobrado.

Trata-se assim de um processo conjunto de aprendizagem, experiência e de caminho feito com Las Medulas, sublinhou.

O vice-presidente da CCDR-N para o Cultura e Património destacou ainda a cooperação da província espanhola de Zamora com a região Norte de Portugal para a articulação das rotas do românico.

Do lado da Junta de Castela e Leão, o diretor-geral do Património Cultural, Juan Carlos Prieto, adiantou que é preciso contar com fundos do programa transfronteiriço INTERREG para reforçar toda esta cooperação entre o Norte de Portugal e região raiana com Espanha.

“Não podemos desenvolver projetos culturais e patrimoniais em separado e terão de ser explorados conjuntamente, entre Espanha e Portugal, e tudo isto num só projeto comum”, vincou o responsável castelhano.

Para Juan Carlos Prieto o património cultural de Portugal e Espanha é único e é ibérico.


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