Câmara da Guarda diz que investir no interior deve ser encarado como uma prioridade

O responsável referiu que a Guarda “quer ser uma das cidades médias dos territórios de baixa densidade com maior aposta na competitividade”.

O presidente da Câmara Municipal da Guarda, Sérgio Costa, disse hoje que investir no interior deve ser “uma prioridade” e que os territórios de baixa densidade devem ser considerados “como uma folha de papel em branco”.

“Os territórios de baixa densidade têm de começar a ser considerados como uma folha em branco, em que podemos ‘desenhar’ sem cometer alguns erros do passado, que contribuíram para a falta de coesão do nosso país. Para isso, temos a ‘caneta’ dos fundos europeus até 2030”, afirmou hoje o presidente da autarquia da cidade mais alta do país.

Sérgio Costa (Movimento Pela Guarda) falava na sessão de abertura de um almoço debate sobre “Portugal de Amanhã – Uma visão estratégica para a próxima década”, realizado pela Associação Empresarial NERGA numa unidade hoteleira da Guarda.

“Esta derradeira oportunidade permite ao centralismo de Lisboa novas oportunidades para desenvolver Portugal como um todo. Investir no interior deve ser encarado como uma prioridade. Um território de oportunidades como já o foi na altura da reconquista cristã”, prosseguiu, no seu discurso.

O responsável referiu que a Guarda “quer ser uma das cidades médias dos territórios de baixa densidade com maior aposta na competitividade, potenciando a exploração sustentável dos seus recursos endógenos e o desenvolvimento rural”.

“E, aqui, o Plano de Recuperação e Resiliência tem o seu papel primordial”, alertou, lembrando que “o clima e o digital representam mais de metade” da dotação do plano.

Segundo Sérgio Costa, num futuro próximo, a sustentabilidade e o digital “serão um fator de diferenciação das empresas e dos territórios”.

“É nosso objetivo tornar a Guarda num verdadeiro ‘hub’ do interior, um ‘hub’ tecnológico e de empreendedorismo do interior de Portugal, alicerçado na Transição Digital. Um ‘hub’ que será a verdadeira Agência de Desenvolvimento deste território”, declarou.

No seu discurso, escutado por cerca de uma centena de empresários e autarcas da região, referiu que a Guarda é “‘amiga’ do investimento e do emprego” e que é preciso “atrair recursos humanos qualificados” para as empresas.

“A educação, a saúde, a cultura e o associativismo têm, forçosamente, de ser fatores de atratividade e fixação de recursos humanos capacitados, para alavancar as nossas empresas e a nossa região”, apontou.

Referiu, ainda, que “só trabalhando em conjunto” é possível “vencer os desafios do desenvolvimento económico”.

Por sua vez o presidente da associação NERGA, Orlando Faísca, lembrou que no interior do país faltam emprego qualificado e mão-de-obra.

Na sua opinião, para “acelerar o crescimento económico”, é fundamental apoiar o tecido empresarial.

Orlando Faísca defendeu, ainda, que “é urgente criar uma vantagem competitiva” para a atração de investimento para a região.

O Plano de Recuperação e Resiliência e o quadro comunitário 2030 podem ter, na sua opinião, uma “discriminação altamente positiva”.

O responsável também disse que só haverá vantagem competitiva com discriminação fiscal e majoração das candidaturas a fundos comunitários.

No almoço debate participam, como oradores, Fernando Alfaiate, presidente da Estrutura de Missão Recuperar Portugal, e José Eduardo Carvalho, presidente da direção da Associação Industrial Portuguesa (AIP)/Câmara de Comércio e Indústria (CCI).


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