Associação Portuguesa de Geólogos diz que país tem potencial de lítio elevado

O presidente da APG, José Romão, considerou hoje, na Guarda, que o país tem “um potencial elevado” de lítio que deve ser aproveitado para a dinamização do setor mineiro.

Segundo o responsável, Portugal “tem neste momento já várias minas a laborar, sendo algumas de reduzida dimensão, mas o potencial de crescimento é elevado”.

“Para além disso, temos também numerosas ocorrências minerais que ainda estão por conhecer. Temos um potencial elevado que pode dinamizar esta indústria no país”, disse José Romão.

O presidente da APG falava hoje aos jornalistas na Guarda, onde decorre uma conferência internacional sobre os recursos do lítio em Portugal, organizada por aquela associação em colaboração com o Instituto Politécnico da Guarda (IPG) e com a Federação Europeia de Geólogos.

José Romão disse ainda que o lítio “é um mineral estratégico muito importante para várias áreas que estão a crescer de forma bastante sustentada” e havendo escassez no mercado mundial “há que aproveitar esta oportunidade”.

Na opinião do dirigente da APG, a exploração deste mineral pode ser uma mais-valia para ajudar ao desenvolvimento económico das regiões do Interior e as populações não devem ter receio porque “não há qualquer perigosidade na exploração deste tipo de mina”.

Um dos oradores, Luís Martins, do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG), que fez uma intervenção sobre “Recursos minerais de lítio em Portugal e os atuais contextos europeus e mundiais”, defendeu o desenvolvimento de um programa de fomento mineiro destinado a avaliar os recursos minerais litiníferos do país.

Sugeriu ainda a implantação de uma unidade experimental minerometalúrgica para desenvolver conhecimento e testar tecnologia e a constituição de uma unidade piloto de demonstração de caráter industrial para “demonstrar a viabilidade económica da cadeia de valor” daquele mineral.

Segundo Luís Martins, Portugal tem como pontos fortes o potencial mineral, a elevada atratividade para investimento no setor e a existência de conhecimento elevado em relação à prospeção, exploração e processamento.

O vice-presidente da Câmara Municipal da Guarda, Carlos Chaves Monteiro, que esteve na sessão de abertura dos trabalhos, disse que várias empresas têm concessões mineiras na região, mas que o município não conhece pessoalmente os seus dirigentes.

A autarquia irá marcar uma reunião com os empresários, pois o autarca considera que não é correto que sejam desconhecidos por aquele órgão, dado tratar-se de “agentes económicos, promotores de desenvolvimento e de riqueza”.

A conferência internacional sobre lítio começou hoje na Guarda e termina no sábado com visitas de estudo a explorações mineiras de minerais industriais litiníferos, atualmente em atividade na região da Guarda, e a antigas minas de estanho, feldspato e quartzo, que se encontram em apreciação para a pesquisa e prospeção de lítio na região de Viseu.

O ‘EuroWorkshop’ é organizado no âmbito do projeto “A Geologia como Base da Qualidade de Vida. A Sustentabilidade do Lítio na Povoação de Gonçalo”, no concelho da Guarda.


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