Amigos da Serra da Estrela pedem teleférico para levar turistas à Torre

O presidente da Associação Cultural Amigos da Serra da Estrela (ASE) defende a construção de um teleférico para permitir o acesso permanente de turistas à Torre e o fecho definitivo da atual estrada.

“Defendemos um teleférico, sempre o defendemos e continuamos [a defender], mas estamos abertos a que haja técnicos que se pronunciem sobre uma outra solução”, disse à agência Lusa José Maria Saraiva, dirigente da associação cívica e ambientalista ASE, com sede em Manteigas, localidade situada no coração da Serra da Estrela.

Segundo aquele responsável, as entidades competentes devem equacionar a possibilidade da construção de um meio mecânico que coloque turistas na Torre durante todo o ano, para que acabe a atual situação que impede o acesso ao ponto mais alto de Portugal Continental nos dias em que a neve bloqueia as estradas.

“A estrada não é solução absolutamente nenhuma”, referiu o dirigente, indicando que a alternativa à atual via que faz a ligação com o ponto mais alto da serra, com uma extensão de 15 quilómetros, podia ser um teleférico a partir do Covão da Mulher, a sul da Nave de Santo António.

O teleférico proposto pela ASE “não tem nada a ver” com um outro que começou a ser implantado no século passado, para ligar a zona de Piornos e a Torre, numa extensão de três quilómetros, e que nunca chegou a funcionar.

“Este teleférico é metade [do trajeto] do outro e não tem, nem de perto nem de longe, os riscos que o outro envolveria”, observou José Maria Saraiva.

O presidente da ASE não calcula os custos da instalação do equipamento mecânico que substituiria o acesso rodoviário à Torre, mas admite que o projeto poderia ser candidatado aos fundos europeus do novo quadro comunitário de apoio.

“Não consigo quantificar os valores que isso implica, porque são pormenores técnicos e nós apenas estamos a contribuir pelo conhecimento intrínseco que temos da Serra da Estrela”, justificou.

Com a construção do teleférico e o fecho da estrada de acesso à Torre – por ser considerada, por aquele responsável, como um “atentado ao ambiente e à conservação da Serra da Estrela” -, o presidente da ASE propõe que a acessibilidade rodoviária entre Covilhã e Seia fosse feita através da estrada que liga Unhais da Serra (Covilhã) e Vila Cova à Coelheira (Seia).

A ligação teria um total de 43 quilómetros e a distância a percorrer seria menor do que a atual, que contempla passagem pelo maciço central da Serra das Estrela e, durante o inverno, origina custos com a limpeza das vias devido à neve e ao gelo.


Conteúdo Recomendado