Agricultores de vários pontos do país constituem Movimento Agrícola Nacional

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Cerca de 30 agricultores representantes de várias zonas do país constituíram o Movimento Agrícola Nacional, para ser um órgão consultivo e informar o governo sobre a realidade do setor, assumindo que não se revêm nas confederações.

O movimento, formalmente constituído na terça-feira, em Castelo Branco, surge na sequência das manifestações realizadas em fevereiro em vários pontos do país reclamando mudanças no setor.

“Foi dado corpo à vontade dos agricultores de se unirem e de criarem um movimento que pretende ser um parceiro informativo do governo. Este movimento acredita que pode ser um órgão consultivo disponível para ajudar nas decisões que afetam o setor”, disse à agência Lusa Ricardo Estrela, porta-voz do grupo e representante da região das Beiras.

Para os agricultores a constituição desta associação justifica-se pelo fato de não se reverem nas posições das confederações do setor.

“Os agricultores não se sentiram bem defendidos pelas confederações no passado recente. Sentiram que havia muita desinformação por parte da anterior ministra da Agricultura e não queremos correr esse risco de futuro”, sublinhou Ricardo Estrela.

O porta-voz do Movimento Agrícola Nacional realçou que esta associação é constituída “por agricultores que se dedicam a 100 por cento à agricultura, que vivem da agricultura e que sentem no terreno, nas suas explorações e nas suas realidades o impacto das políticas que são tomadas”.

Ricardo Estrela reforçou que os agricultores “querem ser ouvidos e ter uma palavra a dizer” e, por isso, vai ser pedida já esta semana uma audiência ao ministro da Agricultura.

O Movimento Agrícola Nacional tem uma comissão instaladora, com 27 elementos, para prosseguir com a organização do processo e com o objetivo de mobilizar o maior número possível de agricultores. Para já, a associação conta com elementos do Alentejo, do Norte Alentejano, da Beira Alta, da Beira Baixa e de Trás-os-Montes.

Ricardo Estrela indicou que a prioridade do movimento “é mostrar trabalho”, defendendo “ser muito difícil mobilizar agricultores para mais uma associação, se não virem que há trabalho na defesa dos seus interesses”.

Em fevereiro, os agricultores organizaram diversos protestos, bloqueando estradas em vários pontos do país, pedindo mais reconhecimento e valorização da atividade e lembrando que a agricultura é um setor vital para a sociedade.


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