O acesso aos cabeleireiros por marcação prévia e a imposição de um número limitado de pessoas dentro dos estabelecimentos são duas das regras que o setor terá de observar quando, em maio, abrir ao público.
Num comunicado subscrito pelas associações representantes do setor dos cuidados pessoais, hoje enviado às redações, a presidente da Associação Portuguesa de Barbearias, Cabeleireiros e Institutos de Beleza, Cristina Bento, refere que foi desenvolvido um documento de “Compromisso do setor” que inclui um conjunto de regras e recomendações essenciais para a reabertura dos estabelecimentos.
Entre as medidas delineadas, que estão a ser divulgadas pelos associados, inclui-se a imposição de um número limitado de pessoas dentro de cada estabelecimento, para que seja possível cumprir as indicações de distanciamento social que têm sido sublinhadas pela autoridade de saúde.
Além disto, o acesso aos serviços será feito apenas por marcação, solução que permitirá evitar concentrações de pessoas além do número limite que deve ser observado, e os clientes e funcionários estarão obrigados a usar máscara e materiais descartáveis. Os não descartáveis serão esterilizados.
Citada no comunicado, Cristina Bento refere o impacto que os serviços prestados por este setor tem para a autoestima dos portugueses e, ainda que sublinhe a necessidade de ser retomada a atividade, afirma que as associações pretendem faze-lo “de forma gradual, com profissionalismo e cuidado” e seguindo indicações das autoridades de saúde competentes, tendo já enviado uma carta ao Governo a dar conta das suas intenções.
O decreto presidencial que prolonga até 2 de maio o estado de emergência iniciado em 19 de março prevê a possibilidade de uma “abertura gradual, faseada ou alternada de serviços, empresas ou estabelecimentos comerciais”.
Na quinta-feira, o primeiro-ministro apontou para maio a possibilidade de as creches reabrirem e de os serviços da administração pública retomarem o atendimento presencial aos cidadãos, e garantiu abundância de materiais de proteção individual no mercado.
Na ocasião, o líder do executivo defendeu ser necessário começar a definir as prioridades de qual deve ser o ritmo em termos de alívio da pressão social existente em termos de restrições à circulação e à atividade económica.
Neste contexto, referiu que o Governo vai olhar para as atividades e empresas que tiveram de encerrar durante este período, por imposição do estado de emergência, nomeadamente o comércio ou a restauração. “Temos que começar pelo pequeno comércio de bairro, que junta menos gente, o que melhor serve a economia local e aquele que melhor responde às necessidades imediatas dos cidadãos”, referiu para sublinhar a necessidade de este processo ser feito de forma prudente e gradual.
Segundo a Associação Portuguesa de Barbearias, Cabeleireiros e Institutos de Beleza, existem mais de 38.000 salões de cabeleireiro e institutos de beleza, que empregam mais de 50 mil pessoas.
O estado de emergência vigora em Portugal desde o dia 19 de março e, de acordo com a Constituição, não pode ter duração superior a 15 dias, sem prejuízo de eventuais renovações com o mesmo limite temporal.