Sítio arqueológico do Fariseu no Vale do Côa com visitas diárias a partir de 8 de junho

Sitio Fariseu

O sítio arqueológico do Fariseu, um dos locais mais emblemáticos da Arte do Côa, com 30.000 anos, passará a receber visitas diárias a partir de 8 de junho, disse hoje à Lusa a presidente da Fundação Côa Parque.

“Este local era apenas visitável no verão e com recurso a viagens em caiaque. Agora, com a construção de um cais perfeitamente integrado na paisagem, este local passará a ter visitas diárias regulares com recurso uma embarcação eletrossolar que terá um ponto de atracagem neste local emblemático do Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC)”, explicou à Lusa a presidente da fundação, Aida Carvalho.

Entre as gravuras do sítio do Fariseu está a designada “rocha 09” que tem representada a maior gravura rupestre descoberta ao ar livre em todo o mundo e que representa um auroque, ou boi selvagem.

Segundo os arqueólogos do PAVC, o painel onde se encontra ‘picotado’ o maior auroque do mundo, que inicialmente tinha 3,5 metros visíveis, veio a revelar uma extensão de 10 metros de comprimento.

A viagem vai percorrer cerca de cinco quilómetros do rio Côa, entre a Canada do Inferno e o Fariseu.

“Vamos assim criar um novo local de visitação no sítio do Fariseu, libertando pressão as outros locais visitáveis datados do Paleolítico Superior (30.000 a.C.), concretamente a Canada do Inferno, Penascosa e Ribeira de Piscos”, disse a responsável pela Fundação Côa Parque.

“O sítio do Fariseu é muito procurado pela sua importância científica, e ao mesmo tempo devemos levar os visitantes a um local, em contexto arqueológico, dados os trabalhos de prospeção em curso. Este local é muito importante pelas datações absolutas que tem conferido aos arqueólogos”, vincou Aida Carvalho.

Este local é o mais recente sítio de prospeção arqueológica em todo o PAVC e tem revelado “achados surpreendentes”.

A chamada “rocha 09” do Fariseu representa um dos principais núcleos de arte rupestre do Vale do Côa, classificados como Monumento Nacional, e inscritos na Lista do Património Mundial da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO, na sigla em inglês).

O PAVC detém mais de mil rochas com manifestações rupestres, identificadas em mais de 80 sítios distintos, sendo predominantes as gravuras paleolíticas, executadas há cerca de 30.000 anos, cada vez mais expostas a adversidades climatéricas e geológicas.


Conteúdo Recomendado