Seia cria rota para mostrar património industrial concelhio aos visitantes

A Câmara Municipal de Seia anunciou hoje que está a dinamizar um projeto que visa dar a conhecer o património industrial do concelho aos visitantes e aumentar a oferta turística local.

A Rede de Turismo Industrial no Concelho de Seia, que é dinamizada pela autarquia através do Museu Natural da Eletricidade, iniciou com quatro empresas locais, disse hoje à agência Lusa o presidente da autarquia.

“É uma nova aposta, num contexto muito próprio da existência do Museu Natural da Eletricidade, em que nós achámos por conveniente levar por diante um conjunto de ações que sirvam em complementaridade com aquilo que o museu oferece”, explicou Carlos Filipe Camelo.

Segundo o autarca, a iniciativa permitiu a criação de um itinerário turístico-cultural em torno de elementos do património industrial concelhio, que envolve empresas ligadas a setores produtivos tradicionais da Serra da Estrela, como os curtumes, os laticínios, a lã e o burel.

Numa primeira fase, subscreveram acordos de colaboração com o município as empresas Curtumes Fabrício, Laticínios Correia & Barreiras, Mesclalva e Malhas Pinto Lucas.

“São fábricas que estão a funcionar em diversas áreas que são importantes, como a questão dos curtumes ou dos laticínios, a feitura das mantas e a utilização da lã e do burel”, contou o autarca.

Mediante o protocolo, a autarquia dará a conhecer aos visitantes o património industrial concelhio, permitindo aumentar a permanência no território “pelo menos mais do que dois dias”.

“É uma forma de nós, também, ao longo dos múltiplos anos que eles [os empresários envolvidos no projeto] já levam de atividade, fazermos uma apresentação cronológica daquilo que é a ação em termos de produção e aliando o lazer àquilo que é a criação de riqueza e também a criação de emprego”, justificou Carlos Filipe Camelo.

O autarca de Seia adiantou ainda à Lusa que o município celebrou um outro acordo de colaboração com a União das Freguesias de Seia, São Romão e Lapa dos Dinheiros, com a arqueóloga Rita Saraiva e Joaquim Camelo, com o objetivo de valorizar o Castro de São Romão.

“Trata-se de uma parceria que conta com a disponibilidade de pessoas singulares e de instituições que se preocupam com a salvaguarda do património cultural e histórico da nossa região”, explicou, referindo que uma arqueóloga, em regime de voluntariado, se disponibiliza para assumir a direção técnica dos trabalhos a desenvolver no local.

O povoado do Castro de São Romão foi descoberto por Martins Sarmento, em 1881, aquando da Expedição Científica à Serra da Estrela.

Trata-se de um povoado do período do Bronze Final, que possui “um inegável valor histórico e arqueológico reconhecido pela comunidade científica”, segundo a autarquia de Seia.

O local, associado ao Santuário de Nossa Senhora do Desterro e ao Museu Natural da Eletricidade, será um complemento à oferta cultural que abrange o património histórico, industrial e religioso na região.


Conteúdo Recomendado