“Embora nós não tenhamos grandes problemas, mas tendo já a experiência de 2019, que foi um ano muito complicado, já estamos, neste momento, a tomar algumas medidas”, disse à agência Lusa o presidente da autarquia do Sabugal, Vítor Proença (PSD).
O autarca lembrou que o seu concelho é “muito forte” no setor da produção pecuária e que, por isso, o município vai reativar, sobretudo na zona da raia com Espanha, captações antigas de água para que sejam colocadas “ao serviço dos produtores pecuários para beberagem animal”.
Também existe a possibilidade de o município abrir alguns furos para captação de água, “se for necessário fazer face a algumas situações mais complicadas”.ítor
Segundo Vítor Proença, a autarquia do Sabugal vai, ainda, avançar com uma campanha de sensibilização dos habitantes do concelho para que tenham “cuidado com a utilização da água” e não cometam desperdícios.
O autarca disse à Lusa que também já solicitou uma reunião ao diretor regional de Agricultura, que gere a barragem do Sabugal, que abastece o regadio da região da Cova da Beira e fornece água para o abastecimento público de cinco concelhos da região, para “não acontecer aquilo que aconteceu em 2019”.
Segundo o responsável, naquele ano “houve um descontrolo total no que diz respeito aos transvases para a albufeira do Meimão, o que deixou situações muito complicadas em termos de diversidade e de caudal ecológico no rio Côa”.
“Logo na altura tivemos garantias, por parte do vice-presidente da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), que tem a gestão da água, que isso não voltaria a acontecer, que iria ser fixada uma cota mínima que não pusesse em causa a biodiversidade e a questão do caudal ecológico. Nesse sentido, vamos novamente insistir para que o município seja informado sempre que há transvases”, lembrou.
Como a autarquia continua sem ser informada dos transvases, Vítor Proença tenciona reunir com o diretor regional de Agricultura e com o vice-presidente da APA, para que haja “uma gestão mais eficaz da água, coisa que neste momento não acontece”.
Mais de metade do território de Portugal continental (57,7%) estava no final de dezembro em situação de seca fraca, tendo-se registado uma ligeira diminuição na classe de seca severa e um aumento na seca moderada, segundo dados do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
Conforme anunciado pelo Governo no dia 01, devido à seca em Portugal continental, há limites à produção de energia em várias barragens: Alto Lindoso/Touvedo, Vilar – Tabuaço, Alto Rabagão, Cabril e Castelo de Bode.
A água da barragem de Bravura, no Barlavento algarvio, deixou de poder ser usada para rega.