São criadas 44 empresas de animação turística por mês

Já se sentiu tentado a trocar o táxi pelos patuscos tuk-tuks que rolam por Lisboa e Porto? Parece-lhe que hoje cada praia tem a sua escola de surf? Não é impressão. É o boom das empresas de animação turística.

Só nos primeiros seis meses deste ano foram criadas 297, um crescimento de 18% em relação ao número de empresas registadas no final de 2013, de acordo com o Registo Nacional de Agentes de Animação Turística. Números que o secretário de Estado do Turismo interpreta como reveladores de uma enorme vitalidade da animação turística em Portugal, confirmando a aposta do governo na liberalização deste tipo de atividade, que vai do mar (surf, vela, mergulho) à agricultura (participar na apanha da cereja, por exemplo).

“Antes da entrada em vigor do diploma, a média de novas empresas registadas era de 26 por mês e agora passou para 44”, conta ao Dinheiro Vivo Adolfo Mesquita Nunes. “Depois de dois anos a cair – eram já menos um quinto que em 2010 -, em 2013 subimos 14% no número de novas empresas. E os resultados do primeiro semestre deste ano prometem novo crescimento.”

Para o governante, é o resultado direto do novo enquadramento jurídico. “A liberalização da economia resulta. Quando o Estado dá espaço às empresas, as empresas respondem, e respondem com criação de emprego e crescimento.” Redução de taxas, liberdade de acesso e redução de custos para as empresas foram os três pontos de viragem. “Costumo dizer que há que desamparar a loja. Ninguém cria uma empresa, de animação turística ou outra qualquer, se tiver de percorrer um calvário de licenciamentos e pagar um amontoado de taxas.”

Razão pela qual o Turismo cortou nas taxas pagas pelas empresas para aceder à atividade – “na maioria dos casos mais de 80%” – e acabou com o registo obrigatório numa série de áreas (autódromos e kartódromos, parques temáticos, marinas, spas, hipódromos, etc.), passando a bastar a comunicação prévia. Os custos também caíram, com o fim dos seguros obrigatórios específicos.

“Sendo constituída por micro e pequenas empresas, muitas delas resultado de empreendedorismo, a animação turística é um dos sinais e exemplos do relevo do turismo na criação de emprego. Do ponto de vista da criação de produto é fundamental porque o turista procura hoje muito mais do que um quarto de hotel. A animação turística qualifica o nosso destino, dá-lhe autenticidade e transforma o produto numa experiência”, diz Mesquita Nunes.


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