Região Centro bate recorde com 112 empresas Gazela

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) identificou, pela primeira vez, mais de uma centena de empresas Gazela existentes na Região Centro em 2019. Ao todo, foram 112.

O conceito de empresa Gazela corresponde a empresas jovens, com cinco ou mais anos de atividade e com elevados ritmos de crescimento. Destacam-se pelo posicionamento diferenciador nos mercados, pela inovação e pela contribuição na criação de emprego.

“A utilização da inovação e da tecnologia, nos serviços, nos produtos e na gestão” das empresas Gazela “foi capaz de as diferenciar, contribuindo inequivocamente, para a criação de emprego e de riqueza na Região Centro”, referiu Isabel Damasceno, presidente da CCDRC.

Desde 2012, a CCDRC já identificou 579 empresas Gazela, mas foi no ano 2019 que mais organizações cumpriram os critérios necessários para serem distinguidas com o prémio Gazela. Todas as apuradas foram constituídas a partir de 2010 e têm sede na Região Centro. Empregavam pelo menos 10 trabalhadores em 2018, tinham faturação igual ou superior a 500 mil euros também em 2018, e tiveram de apresentar crescimentos do volume de negócios superiores a 20% ao ano em 2016, 2017 e 2018.

As empresas distinguidas encontram-se em 42 municípios da Região Centro, no entanto, é nos concelhos de Leiria, Coimbra e Aveiro que se verificam em maior número.

Beiras e Serra da Estrela

Imbatível Partilha, empresa de construção civil, na Guarda, Miúdos Frenáeticos, empresa de comércio a retalho em supermercados e hipermercados de Manteigas, e WD Retail, empresa de retalho especializado na Covilhã são as três únicas empresas Gazela de 2019 das Beiras e Serra da Estrela, de acordo com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC).

Setor da construção com destaque ao longo dos anos
Desde que apura empresas Gazela, a CCDRC tem vindo a verificar que, ao longo dos anos, as organizações no setor da construção apresentam-se em maior número. No último ano, a tendência manteve-se.

Dentro da grande diversidade setorial das empresas Gazela apuradas em 2019, na qual coexistem setores tradicionais com setores de base tecnológica, destaca-se, novamente, a construção (25%) que, em conjunto com as indústrias transformadoras (23%) e o comércio (19%), representam 67% das empresas Gazela da região. A seguir, estão as atividades económicas de alojamento e restauração (6%) e de informação e de comunicação (5%), a representar 11% do total.

Volume de negócios e emprego nas Gazela
O volume de negócios das empresas Gazela apuradas em 2019 cresceu cerca de 16 vezes, isto porque faturaram 79 milhões de euros em 2015 e 1248 milhões de euros em 2018.

Aliado ao crescimento do volume de negócios está também o aumento de postos de trabalho nas empresas. A quantidade de pessoas ao serviço triplicou entre 2015 e 2018, ou seja, passou de 1261 trabalhadores para 3490.

Apesar de ocorrerem oscilações ao longo dos anos, em média, cada empresa Gazela 2019 emprega cerca de 31 trabalhadores e gera um volume de negócios de 11 milhões de euros (acima do valor médio dos anos anteriores pela existência de uma grande empresa).

“Nos últimos oito anos, temos vindo a acompanhar este segmento de empresas que gostaríamos de ver multiplicadas e distribuídas pela Região Centro, dado o seu contributo para a criação de emprego e riqueza”, reconheceu Isabel Damasceno.

Exportações evidenciam-se nas médias empresas
As organizações que foram apuradas como “Gazela” em 2019 somaram, no total das exportações, cerca de 88 milhões de euros, o que representava, em termos médios, 7% do volume de negócios. Para o valor apresentado contribuíram, sobretudo, empresas Gazela de média dimensão. No caso de cinco empresas, o volume de exportações representava mais de 97% do volume de negócios.

Em termos globais, o montante de exportações do conjunto destas 112 empresas Gazela aumentou ligeiramente entre 2017 e 2018, de 6,5% para 7,1% do volume de negócios. As políticas públicas e o apoio dos fundos europeus são alguns dos fatores que têm contribuído para o desempenho económico das empresas Gazela.

Empresas Gazela procuram apoios nos sistemas de incentivos
Das empresas Gazela identificadas, 41 candidataram-se aos Sistemas de Incentivos do Portugal 2020. No total, as 92 candidaturas que as empresas apresentaram aos programas de incentivos representavam 97 milhões de euros de intenções de investimento.

O Sistema de Incentivos Qualificação e Internacionalização das Pequenas e Médias Empresas (PME) foi o que obteve maior procura, com 43 candidaturas apresentadas e 17 milhões de euros de investimento. Já o Sistema de Incentivos à Inovação foi o que apresentou o maior volume de investimento, com 55 milhões de euros e 35 candidaturas.

Para as organizações com projetos aprovados está prevista a criação de 585 postos de trabalho, cujos níveis de qualificação igual ou superior a 6 (licenciatura, mestrado e doutoramento) vão passar de cerca de um quarto para um terço do total dos postos de trabalho.

“As políticas públicas, através do Portugal 2020, apoiaram os riscos e as apostas corridos pelas empresas na inovação, na qualificação e na internacionalização, na investigação e desenvolvimento, mas também nas infraestruturas, nos equipamentos e nos recursos humanos”, acrescentou a presidente da CCDRC.

Das empresas Gazela que se candidataram aos Sistemas de Incentivos do Portugal 2020, 68% já estão a ser apoiadas. Ao todo, são 44 projetos que representam 43 milhões de euros de investimento, 36 milhões de euros de investimento elegível e 17 milhões de euros de incentivo.

“Estas empresas (Gazela) tiveram a ‘ousadia’ de se destacarem pelos seus indicadores e resultados, demonstrando dinamismo e sustentabilidade dos seus negócios. A Região Centro deve destacar e reconhecer as apostas, os riscos e a resiliência de todas as empresas, dos seus empresários e dos seus colaboradores, em contextos e territórios, muitas vezes, desfavoráveis e vulneráveis”, rematou Isabel Damasceno.

Consulte aqui​ o estudo completo, com a listagem das empresas.


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