Obras do regadio em execução até final da legislatura, garante Sócrates
O ministro da Agricultura anunciou programa específico para explorações da Beira Interior e pediu “ajuda” para a sua divulgação.
Todas as obras que restam para concluir o Regadio da Cova da Beira vão estar no terreno até ao final da actual legislatura, anunciou ontem (dia 28 de Junho) o primeiro-ministro, José Sócrates, acrescentando que “já não era sem tempo”. “Este regadio durou 50 anos, desde que foi projectado”, disse, classificando-o como “um projecto que desafiou a paciência a todos”.
“É por isso que o facto de ser primeiro-ministro no momento em que acelerámos este projecto me dá particular satisfação”, destacou na cerimónia de adjudicação dos blocos de rega da Covilhã e Fundão, que decorreu no reservatório de Monte do Bispo.
Durante a cerimónia, José Sócrates abriu simbolicamente as comportas do canal condutor principal do regadio, que tem uma extensão de 61,6 quilómetros. Na próxima semana, será adjudicado o bloco da Capinha e será publicado o concurso “para a última obra”, o bloco da Fatela, que deverá ser adjudicado dentro de “um ou dois meses”, referiu José Sócrates.
“Até ao final da legislatura todas as obras para concluir o Regadio da Cova da Beira vão estar no terreno”, acrescentou.
IR A CASA DE CADA AGRICULTOR PARA DAR A CONHECER AJUDAS
Os dois blocos de rega – Covilhã e Fundão – vão beneficiar uma área de 3.664 hectares, cerca de 30 por cento do total que o Ministério da Agricultura prevê alcançar com o Regadio da Cova da Beira, o segundo maior aproveitamento hidroagrícola em construção, a seguir ao Alqueva.
São 74 milhões de euros de investimento que “não poderão voltar atrás e que já ninguém poderá anular”, destacou Jaime Silva, ministro da Agricultura, que desafiou a Associação de Regantes da Cova da Beira a contactar os agricultores e dizer-lhes que há ajudas específicas para modernização de explorações na Beira Interior.
“Agora temos de ir a casa de cada agricultor e dizer-lhe que podem contar connosco”, sugeriu Jaime Silva. “Os concursos estão abertos, as ajudas vão ser pagas a tempo e horas e iremos mostrar aos portugueses que valeu a pena trazer água à Cova da Beira”, acrescentou o ministro, sublinhando que “é um concurso dentro do
princípio da coesão territorial” depois do Governo detectar que 71 por cento das candidaturas ao programa, aberto o ano passado, eram provenientes de uma região do País não especificada. “O programa tem de ser direccionado para onde não houve ou houve poucas candidaturas. E se a adesão continuar a ser baixa iremos alterar as condições do concurso”,
concluiu.