A Rede de Judiarias de Portugal vai financiar, com cerca de 60 mil euros, as obras de recuperação da antiga Sinagoga de Malhada Sorda, no concelho de Almeida, que está em ruínas.
O presidente da Junta de Freguesia, Jorge Matias, disse ao Jornal A Guarda que a obra foi incluída na verba global de 300 mil euros atribuída à Câmara Municipal de Almeida para os projetos de construção de um Memorial a Aristides de Sousa Mendes, em Vilar Formoso, e de recuperação da antiga Judiaria da Freguesia da Malhada Sorda. Do total de investimento, sabe-se que 15% será aplicado via Orçamento do Estado e 80% será assegurado pelo fundo de apoio a projetos sociais e culturais – o EEA Grants, da Noruega, Islândia e Liechtenstein. A Rede de Judiarias de Portugal investirá os restantes 5%. O autarca de Malhada Sorda referiu que o apoio é imprescindível para a execução do projeto de recuperação da antiga Sinagoga. “Sem ele não conseguíamos recuperar o edifício. Representa mais de 50% do custo total da recuperação que custará cerca de 90 mil euros”, disse, admitindo que as obras deverão iniciar-se em 2014. Para além da Rede de Judiarias, o projeto também envolverá a Câmara de Almeida que o comparticipará. Jorge Matias referiu que o projeto será “importante para atrair turistas” para Malhada Sorda e para o concelho de Almeida. “O que se pretende é apostar no turismo judaico, visto que existe uma grande presença judaica na Malhada Sorda e a Câmara de Almeida pretende fazer, em Vilar Formoso, o Memorial dedicado ao Cônsul Aristides de Sousa Mendes”, lembrou. “Com este projeto podia criar-se um roteiro itinerante entre Malhada Sorda, Vilar Formoso e Almeida”, salientou. Segundo o autarca, o edifício da antiga Sinagoga, que se encontra em ruínas, foi adquirido há cerca de 2 anos pela Junta de Freguesia para ser recuperado e conservado. “O edifício tem uma janela manuelina, um relógio de Sol e um armário sagrado. Ali terá funcionado a Esnoga (uma Sinagoga pequena)”, disse o presidente da Junta. O autarca reafirmou que está prevista a sua recuperação para que ali funcione “não propriamente uma Sinagoga para culto, mas para mostrar às pessoas como seria uma Sinagoga naquela época. Está também previsto recorrer a painéis interativos multimédia para mostrar as entradas das 38 casas identificadas na Malhada Sorda com marcas cruciformes. Poderá até ser reconstruída, no interior, uma entrada com as marcas cruciformes para as pessoas verem”. Admitiu que o processo “está bem encaminhado” para ser executado pelo próximo executivo autárquico que sair das eleições do dia 29 de Setembro.