O PSD da Guarda lamentou hoje, dia 24 de janeiro, que a Câmara presidida pelo independente Sérgio Costa não realize este ano a Feira Ibérica de Turismo (FIT), um evento que “projetava” o nome da cidade a nível nacional e internacional.
“Recordo que a FIT era a segunda maior feira no setor do turismo do país, logo a seguir à Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), uma das mais importantes da Península Ibérica, e que projetava o nome da Guarda ao nível nacional e internacional e, em simultâneo, dinamizava a economia local e regional através de um retorno único na região”, disse hoje em conferência de imprensa Júlio Santos, líder da concelhia social-democrata da cidade mais alta do país.
O PSD reagiu hoje ao anúncio feito na segunda-feira pelo autarca Sérgio Costa (Movimento Pela Guarda) que disse aos jornalistas, à margem da reunião quinzenal do executivo, que a FIT este ano não se vai realizar, por representar um investimento calculado superior a 1,1 milhões de euros e não existirem garantias de financiamento.
“Este ano, não vai haver FIT. O município da Guarda não pode despender mais de 1,1 milhões de euros na FIT sem que haja um financiamento musculado para a mesma”, afirmou o autarca.
Explicou, ainda, que em 2019, a FIT custou mais de 750 mil euros aos cofres do município e sem qualquer financiamento e, este ano, o executivo pediu uma orçamentação aos técnicos e os valores apontam para um orçamento que “já ultrapassa 1,1 milhões de euros”.
O presidente da concelhia do PSD referiu que “enquanto houve autarcas que se preocuparam em colocar a Guarda no mapa do desenvolvimento realizando eventos que, só por si, criavam dinâmicas económicas e sociais ímpares, eis que surge agora outro autarca que deita por ‘água abaixo’ um evento que já detinha renome e impacto nacional e internacional”.
Na opinião de Júlio Santos, a Guarda, “a continuar assim, vai ser mais um ‘concelhozinho’, em vez de assumir a capitalidade e ser a força motriz para o distrito”.
“Neste sentido, a Comissão Política de Secção do PSD da Guarda, em perfeita sintonia com a vereação do PSD na autarquia, com o grupo parlamentar do PSD na Assembleia Municipal e com a JSD, vem, por este meio, lamentar e condenar veementemente a decisão [da Câmara Municipal] de não realização da FIT”.
Já o vereador do PSD, Carlos Chaves Monteiro, referiu que o anúncio feito pelo autarca Sérgio Costa, após a realização da reunião do executivo, “e depois de não o ter feito nesse local, junto aos restantes membros do executivo”, merece a sua “maior censura”.
“Esta opção de não realizar a FIT, além de demonstrar a desistência clara de um projeto galvanizador da região no Interior e de uma abrangência ibérica que tem como epicentro a Guarda, a nossa Guarda, que vai, assim, fechar, por decisão deste executivo, mais uma janela de oportunidade”, declarou.
Segundo o social-democrata, a FIT, que envolveu ao longo dos anos “mais de 500 entidades” é “um processo de afirmação do potencial da Guarda, das suas gentes, da sua cultura, das suas paisagens naturais”.
João Correia, líder do grupo parlamentar do PSD na Assembleia Municipal, disse que a FIT sempre assumiu “uma importância capital, não só para a cidade, para o concelho, para o distrito e além-fronteira”.
Na próxima sessão da Assembleia Municipal o PSD irá questionar o executivo sobre o assunto.
A edição de 2023 da FIT estava agendada para decorrer entre os dias 28 de abril e 01 de maio, no Parque Urbano do Rio Diz.