A Comissão Política Concelhia do PSD da Guarda disse hoje esperar o “esclarecimento cabal” e “célere” dos processos judiciais que envolvem a autarquia e manifesta solidariedade ao ex-presidente Álvaro Amaro e ao atual, Carlos Chaves Monteiro.
“Encaramos a presente situação com surpresa e como algo que obviamente não desejaríamos estar a viver”, refere o líder da concelhia social-democrata, Tiago Gonçalves, em comunicado ontem divulgado.
O PSD emitiu a nota em reação às notícias “vindas a público nos dias de ontem [quarta-feira] e de hoje sobre processos judiciais envolvendo a autarquia da Guarda”.
As autoridades constituíram cinco arguidos no âmbito da operação “Rota Final”, entre eles o antigo presidente da Câmara Municipal da Guarda Álvaro Amaro, recém-eleito eurodeputado, disse hoje à agência Lusa fonte policial.
Na quarta-feira, uma nota publicada na página da Internet da Procuradoria-Geral Distrital de Coimbra (PGDC) dava conta de que quatro pessoas, entre ex-autarcas, funcionários de autarquias e de uma empresa de transportes, tinham sido constituídas arguidas neste inquérito, que investiga um alegado esquema fraudulento de viciação de procedimentos de contratação pública.
Naquele dia, a Polícia Judiciária realizou buscas a 18 câmaras municipais do Norte e Centro de Portugal, sendo a operadora de transportes públicos Transdev também uma das visadas.
Ontem, a estação televisiva SIC noticiou que o eurodeputado Álvaro Amaro, o atual presidente da Câmara da Guarda, Carlos Chaves Monteiro, o vereador da Cultura, Victor Amaral, e duas técnicas superiores “vão responder por fraude na obtenção do subsídio que financiou a festa de Carnaval em 2014”.
“A acusação do Departamento de Instrução e Ação Penal (DIAP) de Coimbra foi deduzida já depois das eleições europeias e propõe que os políticos percam o mandato e que as funcionárias sejam proibidas de exercer funções”, adiantou a SIC.
A Comissão Política Concelhia do PSD da Guarda refere na nota que entende a atuação da justiça e deseja “profundamente que o esclarecimento cabal destas situações e o apuramento da verdade ocorra de modo célere e sem margem para quaisquer dúvidas”.
A concelhia também presta a sua solidariedade ao ex-presidente Álvaro Amaro, ao atual presidente Carlos Chaves Monteiro e “a todos os demais eleitos” na autarquia da Guarda que é liderada pelo partido desde 2013.
“Confiamos no caráter e honestidade política e pessoal de cada um deles e acreditamos que, em devido tempo, se fará luz sobre estes factos, sendo certo que não é nesta sede que cabe contestá-los e sim, apenas e tão só, em sede judicial”, lê-se no comunicado.
O PSD/ Guarda diz ainda que “este não é, também, o momento para se tirar ilações políticas de factos respeitantes a processos judiciais”.
“O projeto político amplamente sufragado nas eleições de 2017 mantém-se atual e é cada vez mais importante prosseguir no sentido da sua concretização. A enorme transformação ocorrida no concelho da Guarda nos últimos seis anos não pode abrandar, pelo contrário, tem que acelerar com a colocação em marcha dos grandes projetos em que os guardenses apostaram”, justifica.
A terminar a nota, o PSD repudia “qualquer tentativa de julgamento público antecipado, tendo sempre presente o princípio da presunção de inocência”.