PS critica postura do presidente da Câmara da Guarda ao dirigir-se à oposição

Antonio Monteirinho

O PS criticou hoje o presidente da Câmara da Guarda por ter afirmado que a oposição fez um “ato de contrição” ao aprovar as alterações ao orçamento de 2023, dizendo que não é assim que as relações políticas melhoram.

Em conferência de imprensa, o líder da concelhia do PS, António Monteirinho, considerou que “não é com qualificações deste teor que a vida política municipal é dignificada e as relações políticas e institucionais valorizadas e melhoradas”.

O dirigente argumentou que o PS votou favoravelmente a revisão do orçamento de 2023 na última reunião de Câmara “atendendo às necessidades decorrentes de obrigações legais” e “por reconhecer que as alterações seriam benéficas para normal governo do concelho”.

A vereadora do PS, Adelaide Campos e os três vereadores do PSD votaram favoravelmente a revisão do orçamento de 2023 proposta pelo movimento Pela Guarda com 149 pontos, que permite avançar com projetos condicionados por falta de um orçamento para 2024.

A autarca do PS viabilizou ainda com uma abstenção a contração de um empréstimo no valor de 7,7 milhões de euros para assegurar a componente municipal nos investimentos nas freguesias na sequência dos incêndios e das intempéries, para requalificar o Parque Infantil do Polis e para as obras do estaleiro municipal.

No final da reunião, na sexta-feira, em declarações aos jornalistas, o presidente da Câmara Municipal da Guarda, Sérgio Costa, eleito pelo movimento Pela Guarda, considerou que a votação foi “um ato de contrição” dos vereadores da oposição, em relação ao chumbo do orçamento para 2024.

Na conferência de imprensa desta manhã, a vereadora do PS acusou o presidente da Câmara de “desfaçatez e arrogância” ao dirigir-se à oposição. “Deveria ter a noção de que os vereadores estão com uma finalidade e se estão a viabilizar algumas das suas propostas é porque correspondem aquilo que pensamos que é uma melhoria para a cidade da Guarda e não para ele”, apontou a autarca.

Adelaide Campos insistiu na necessidade de se elaborar um orçamento para 2024, reforçando que a revisão aprovada “é um ajustamento do orçamento de 2023. Não é nenhum orçamento, não é nenhuma ideia nova, não é nenhuma estratégia para a Guarda. É um documento para a sobrevivência da autarquia dadas as razões legais que obrigam a que isso seja feito”, sublinhou a autarca.

“Continuamos abertos a negociações e à elaboração de um novo documento que salvaguarde a valorização e a evolução da Guarda, mas não estamos disponíveis para saltaricar de ponto em ponto como parece que o senhor presidente quer apostar”, avisou Adelaide Campos.

Sobre o empréstimo, os socialistas destacaram a importância de fazer os investimentos previstos para a aplicar a verba, considerando que seria “incoerente não acudir” às freguesias para fazer face aos danos provocados pelos incêndios e bem como não realizar as obras necessárias no parque infantil do Polis e nos estaleiros municipais.

Garantiram que o PS irá assegurar a correta aplicação de todas as verbas e na próxima reunião de Câmara será apresentada uma proposta “para haver mensalmente um relatório de acompanhamento do empréstimo”.


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