Com o financiamento, a Associação Veredas da Estrela pretende plantar e regenerar 9000 árvores numa área ardida no grande incêndio de 2022 na Serra da Estrela. O projeto candidato à European Outdoor Conservation Association (EOCA) também prevê organizar caminhadas temáticas, dias de escola na floresta e a publicação de um inventariado de espécies.
“Orgulha-nos muito estarmos entre os cinco projetos de mais de 300 candidaturas de todo o mundo que chegaram à fase de votação pública. Ganharmos esse financiamento seria um passo enorme rumo a ecossistemas e comunidades mais resilientes“, comenta Corinna Lawrenz, Presidente da Associação.
A Veredas da Estrela foi fundada como iniciativa comunitária após o incêndio de 2022 que atingiu metade da área das aldeias de Figueiró e Freixo da Serra (Gouveia) no norte do Parque Natural. Em 2023, a associação adquiriu um bosque de castanheiros de 10 hectares com o objetivo de o restaurar e transformar num espaço que concilie a conservação ecológica com um uso sustentável pela comunidade.
Até aos anos 1950 os soutos não só tinham um papel crucial para a economia da região e a alimentação das famílias, mas também mantinham altos níveis de biodiversidade. No entanto, dois incêndios consecutivos ameaçam a conservação desses ecossistemas. Com o projeto “Soito do Futuro – A Chestnut Forest for the Future” a Veredas da Estrela pretende quebrar o ciclo vicioso dos incêndios, tornando a paisagem mais resiliente aos fogos e aos efeitos das alterações climáticas. Isso inclui tanto a conservação ambiental, como a recuperação de variedades antigas para alimentação da comunidade e a criação de novas formas de convivência com a floresta.
Em parceria com os parceiros do projeto – CERVAS, Milvoz, Centro de Ecologia Funcional e plataforma Invasoras.pt da Universidade de Coimbra – serão organizadas caminhadas temáticas que permitem conhecer as várias camadas do souto, dos cogumelos às borboletas noturnas. Dias de escola na floresta tornarão o bosque um espaço de aprendizagem para os mais novos, envolvendo-os em ações como a construção de caixas-ninho e a criação de um inventariado de espécies. Além de ações de voluntariado para plantação e rega das árvores, pessoas de todas as idades poderão participar nessa atividade de ciência cidadã que recorre a ferramentas digitais para identificação e registo de espécies que resultarão numa publicação.
No projeto A Chestnut Forest for the Future – que está agora em votação pública na EOCA até 8 de maio – reflorestar, regenerar, cuidar e aprender são ações interligadas, na convicção de que só comunidades ativas com ligações e conhecimentos do seu território, podem ser guardiões desses ecossistemas.
Júlio Teles, vice-presidente da direção e coordenador da intervenção no território, diz: “Estamos convencidos que é possível fazer diferente e queremos demonstrá-lo com este projeto-piloto aberto à participação de todos. Cada voto no projeto é também um voto no futuro da Serra da Estrela e das suas comunidades.”
Pode aceder ao link para votação AQUI.