Projeto cria rede entre universidades, câmaras e agentes culturais do Centro

O projeto “Artéria” pretende criar uma rede cultural e artística na região Centro entre universidades, politécnicos, centros de investigação, autarquias, escolas artísticas e agentes culturais.

O projeto pretende juntar “artistas, políticos e investigadores” na discussão de políticas culturais e construir uma rede que permita oferecer “uma proposta de mudança ao nível da região e da sua relação com o território nacional e internacional”, afirmou Isabel Craveiro, diretora da companhia de teatro de Coimbra O Teatrão, entidade que promove a iniciativa. O projeto reúne já mais de 40 instituições dos concelhos de Leiria, Aveiro, Coimbra, Tomar, Montemor-o-Velho, Castelo Branco, Guarda, Belmonte, Viseu e Nazaré, tendo também parceiros nacionais como a Turismo Centro ou a Direção Regional de Cultura do Centro e sete parceiros internacionais, do Brasil, Itália, Irlanda, Canadá e Estados Unidos. “Artéria” pretende ser “um vaso comunicante” numa região “onde as pessoas não se conhecem” e em que a sua diversidade “não é usada nem potenciada”, frisou Isabel Craveiro, considerando que o projeto poderá permitir que se criem redes “de conhecimento”. Segundo a diretora do Teatrão, esta iniciativa possibilita que instituições usem “os bons exemplos de outras”, numa rede que também quer uma programação articulada entre todos os concelhos envolvidos. “Numa altura em que se fala tanto da falta de participação, este projeto pretende também juntar e mobilizar as pessoas”, destacou a responsável. Esta rede quer ainda desenvolver um mapeamento cultural da região Centro, assim como um diagnóstico das necessidades locais e a identificação de políticas urbanas. Isabel Craveiro referiu que se pretende apresentar uma candidatura ao próximo quadro comunitário, sendo “impossível” materializar a rede sem esse apoio financeiro. A diretora do Teatrão falava durante a conferência de apresentação do seminário “Mapping Culture”, que se vai realizar de quarta-feira a sábado em Coimbra, e onde será realizado um “workshop” de três dias em torno do “Artéria”, com a participação de agentes locais. Este seminário internacional vai contar com cerca de 100 apresentações de oradores de 27 países diferentes. “É a primeira conferência internacional de mapeamento cultural”, destacou Nancy Duxbury, da organização do evento, referindo que este “campo interdisciplinar está a evoluir e a ganhar interesse”. O mapeamento cultural, de acordo com a investigadora do Centro de Estudos Sociais, pode proporcionar um “engajamento das comunidades”. Com o mapeamento e identificação de recursos “culturais, sejam eles infraestruturas ou recursos imateriais”, podem-se desenvolver “estratégias culturais a nível local”, tendo uma imagem “mais geral e alargada” do que “é a cidade” e das “suas dinâmicas”.


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