“Nós sabemos que a economia espanhola tem estado a recuperar muitíssimo bem. Nós estamos também a fazer um caminho de recuperação muito sensível. A economia portuguesa deverá este ano crescer pelo menos 1,6%. É a nossa expectativa”, declarou Pedro Passos Coelho na Guarda, na cerimónia de abertura da Feira Ibérica de Turismo (FIT), organizada pela Câmara da Guarda.
O chefe do Governo afirmou que a expectativa de crescimento é “prudente” porque não tenciona “entusiasmar em excesso” os cidadãos “com estes números”.
“Mas creio que posso dizer que é uma perspetiva prudente. É possível até que a economia venha a crescer um pouco mais do que isto, mas julgamos que este é um número perfeitamente possível de atingir”, acrescentou.
Em relação ao futuro, o primeiro-ministro afirmou que, depois dos sacrifícios dos últimos anos, os próximos possam ser olhados “como anos de grande oportunidade”.
Falou dos apoios comunitários, dizendo que Portugal precisa de aproveitar os fundos europeus disponíveis até 2020 “melhor” do que aconteceu no passado.
“Os sete anos que temos à nossa frente podem ser ainda melhores, desde que saibamos manter realmente uma orientação que é a de puxar pela economia e pelo emprego de uma forma que seja sustentável”, apontou.
No entanto, alertou: “Isto quer apenas dizer uma coisa: que não devemos dar passos maiores do que a nossa perna, que não devemos descontar demasiado o futuro”.
“Pensar que podemos antecipar boas notícias que ainda não chegaram, não é só muito otimismo, é muita imprudência. Na verdade, aqueles que estão sempre a contar com anos extraordinários no futuro, querendo antecipá-los para o presente, o mais que fazem, é fazer com que o nosso futuro chegue mais depressas, mas nem sempre da melhor maneira”, observou no seu discurso.
Se o país deseja um futuro “não de desequilíbrio, mas que assegure financiamento, não de dívida, mas de financiamento saudável” então é necessário “pensar bem nos projetos”, construindo “cada investimento, cada projeto, como se não tivéssemos mais recursos” para qualquer outra aplicação, defendeu.
“Cada um dos euros que vamos investir nos próximos anos têm de ser aplicados como se outros meios não tivéssemos, e como se o nosso futuro dependesse de uma boa aplicação, de uma boa decisão na aplicação desses dinheiros”, alertou ainda o primeiro-ministro.
No fundo, rematou, “é um bocadinho não contar com a mera sorte e trabalhar muito para ser bem-sucedido”.