Presidente dos Autarcas Social-Democratas diz que é preciso recuperar confiança no Estado

Álvaro Amaro disse desejar que o Governo apresente “muito rapidamente, um plano de ação concreto, com medidas concretas.

O presidente dos Autarcas Social-Democratas, Álvaro Amaro, considerou hoje, na Guarda, que após os incêndios dos últimos quatro meses é preciso “recuperar” a confiança no Estado e na Proteção Civil.

“O que é, neste momento, importante é que os portugueses voltem a ter confiança no Estado português em geral e na Proteção Civil em particular. Isso está perdido. Há que recuperar essa confiança”, disse hoje o líder dos ASD, que também é presidente da Câmara Municipal da Guarda.

Em declarações aos jornalistas na cidade mais alta do país, Álvaro Amaro disse desejar que o Governo apresente “muito rapidamente, um plano de ação concreto, com medidas concretas, com objetivos concertos, com financiamento concreto” para responder aos prejuízos dos incêndios.

O antigo governante disse que, para que o país volte a “acreditar” no Estado, é preciso que o Governo acabe com “as retóricas, estas boas conversas, é preciso que os portugueses conheçam a partir de sábado [para quando está agendado um Conselho de Ministros], qual é o plano concreto e objetivo concreto e medidas concretas e financiamento concreto”.

“Não vale a pena colocarmos candidaturas para isto, financiamento para aquilo (…). Não. Não é atirar com milhões para cima dos problemas. É, de resto, um absurdo o que temos estado a verificar, [com] cada um dos membros do Governo a tentar dizer ou a justificar de onde vêm uns milhões para isto e uns milhões para aquilo”, afirmou.

O autarca social-democrata apelou aos membros do Governo que se deixem “disso” e que restaurem “a confiança dos portugueses” no Estado.

“Restaurar essa confiança é, naturalmente, perceber que modelo de prevenção, que pouco existiu, e o modelo de combate, que faliu. E, a par disso, é preciso olhar para o país devastado e apresentar o tal plano muito concreto, medidas muito concretas, objetivos muito concretos e financiamento muito concreto. É isso que eu desejo que o Governo apresente no próximo sábado”, disse.

Sobre o que aconteceu nos últimos quatro meses em relação a incêndios florestais, o autarca disse que “não é aceitável, não é admissível o que se passou em Portugal”.

“Agora, uma de duas: ou o Governo continua numa lengalenga de apresentar grandes diagnósticos, grandes medidas, que se perdem entre elas, como aliás tem acontecido como até aqui”, ou mostra “a sua capacidade”.

“Nada nestes territórios [devastados pelas chamas] pode ficar como dantes”, disse, defendendo que, para evitar a ocorrência de futuras situações, a única via é “ocupar o território, agricultar o território”, o que implica “um grande investimento do Estado” e “uma grande discriminação positiva do Estado”.


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