Prémio Eduardo Lourenço 2020 é uma “ótima memória” do ensaísta diz Ángel Marcos de Dios

Na 16.ª edição, o júri decidiu, por unanimidade, atribuir o galardão a Ángel Marcos de Dios, professor catedrático jubilado da Universidade de Salamanca (Espanha).

O professor e investigador espanhol Ángel Marcos de Dios disse hoje que o Prémio Eduardo Lourenço 2020, atribuído pelo Centro de Estudos Ibéricos (CEI), significa “uma ótima memória” do filósofo e ensaísta falecido em dezembro do ano passado.

“[O prémio] significa uma ótima memória de Eduardo Lourenço, porque eu tinha uma amizade com ele”, disse hoje o galardoado aos jornalistas, na Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, na cidade da Guarda, no final da sessão de entrega do prémio da edição de 2020, que só agora foi entregue pelo CEI devido à pandemia.

Na 16.ª edição, o júri decidiu, por unanimidade, atribuir o galardão a Ángel Marcos de Dios, professor catedrático jubilado da Universidade de Salamanca (Espanha), reconhecendo o seu “mérito académico e científico” na área da Língua e Literatura Portuguesas, e “a sua longa e profícua dedicação ao desenvolvimento e aprofundamento das relações culturais [e] académicas entre Portugal e Espanha”.

No final da sessão, o galardoado disse, ainda, que recebeu o galardão, “naturalmente, com muita alegria, sobretudo porque é um prémio sobre Eduardo Lourenço”.

Pedro Serra, que fez na sessão o elogio do premiado, referiu que os 50 anos da carreira académica de Ángel Marcos de Dios foram pautados “por uma relevante intervenção no âmbito da cultura, cidadania e cooperação ibéricas”.

O presidente da Câmara Municipal da Guarda e da direção do CEI, Carlos Chaves Monteiro, lembrou que o galardoado foi “um impulsionador do espírito ibérico”.

O Prémio Eduardo Lourenço “reafirma a força da cultura e da literatura na construção de um espaço ibérico com identidades próprias, mas aberto ao diálogo, solidário e permeável à troca mútua de influências”, disse.

“É este o paradigma por que lutamos. Uma ibéria onde a coesão e a cooperação sejam palavras de ordem, num espaço verdadeiramente europeu, sem barreiras e sem fronteiras”, defendeu Carlos Chaves Monteiro.

Instituído em 2004 pelo CEI, o prémio, no montante de 7.500 euros, destina-se a galardoar personalidades ou instituições com “intervenção relevante no âmbito da cultura, cidadania e cooperação ibéricas”.

O prémio com o nome do ensaísta Eduardo Lourenço, falecido no dia 01 de dezembro de 2020, com 97 anos, que foi mentor e diretor honorífico do CEI, já distinguiu várias personalidades de relevo de Portugal e de Espanha.

Receberam o Prémio Eduardo Lourenço a professora catedrática Maria Helena da Rocha Pereira, o jornalista Agustín Remesal, a pianista Maria João Pires, o poeta Ángel Campos Pámpano, o professor catedrático de direito penal Jorge Figueiredo Dias, os escritores César António Molina, Mia Couto, Agustina Bessa Luís, Luís Sepúlveda e Basilio Lousada Castro, o teólogo José María Martín Patino, os professores e investigadores Jerónimo Pizarro, Antonio Sáez Delgado, Carlos Reis e Ángel Marcos de Dios e o jornalista e escritor Fernando Paulouro das Neves.

O CEI foi criado a partir de um desafio lançado pelo ensaísta Eduardo Lourenço, que era natural de São Pedro do Rio Seco, no concelho de Almeida, distrito da Guarda, na sessão solene comemorativa do Oitavo Centenário do Foral da Guarda, em 1999.

Surgiu em resultado de uma parceria que envolveu inicialmente a Câmara Municipal da Guarda e as Universidades de Coimbra e de Salamanca (Espanha) e, mais tarde, o Instituto Politécnico da Guarda.


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