Sítio do Fariseu no Vale do Côa vai abrir ao público após novas descobertas arqueológicas

O sítio do Fariseu é o mais recente sítio de prospeção arqueológica em todo o PAVC, e tem revelado “achados surpreendentes”.

A presidente da Fundação Côa Parque anunciou hoje que o sítio arqueológico do Fariseu será aberto ao público, no verão, terminada a campanha arqueológica que revela o potencial da ‘rocha 09’, onde está gravado o maior auroque do mundo.

“A fundação está muito comprometida com este espaço arqueológico, o qual deverá ser aberto à visitação pública durante o próximo verão. O sítio do Fariseu tem um grande potencial arqueológico e será um novo espaço de atração turística e científica do Parque Arqueológico do Vale do Côa [PACV]”, disse à Lusa a presidente da fundação, Aida Carvalho.

O sítio do Fariseu é o mais recente sítio de prospeção arqueológica em todo o PAVC, e tem revelado “achados surpreendentes”.

Ao longo dos últimos dias, , com a descida do caudal do rio, uma equipa multidisciplinar sondou aquele sítio arqueológico, e acredita ter colocado a descoberto um dos maiores painéis de arte rupestre ao ar livre, com cerca de 10 metros de comprimento, no sítio da Fariseu.

Todo o trabalho começou em abril do ano passado, com a descoberta da maior gravura ao ar livre, representativa de um auroque (boi selvagem), gravada numa rocha no sítio do Fariseu, ‘rocha 09’ do PAVC, datada do Paleolítico Superior.

A ampliação da área de trabalho permitiu, como agora os investigadores sublinham, “perceber a relação da vida quotidiana do Paleolítico Superior com a arte do Côa”.

Segundo o arqueólogo da FCP, Thierry Aubry, os próximos passos vão no sentido de se fazer o diagnóstico de todo material recolhido, para “saber exatamente” o que a ocupação humana de milhares de anos foi deixando nestas camadas de sedimentos nas margens do rio Côa.

“Ao contrário das outras rochas”, no painel agora desvendado, “temos muitas fêmeas de auroque que caminham em sentido diferente do grande auroque macho, ou seja, em direção ao leito do rio Côa. Ficamos com [a impressão de] que estamos num desenho animado datado do Paleolítico Superior”, explicou.

No ano passado, os trabalhos tiveram de ser suspensos devido à pandemia da covid-19, mas foram retomados em junho último, e o auroque começou a ser visitado por pequenos grupos que faziam o percurso a pé, a nado ou de canoa.

Os arqueólogos sempre acreditaram no potencial rupestre da designada ‘rocha 09’ do PACV, que fica a cerca de 50 metros do rio Côa.


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