“Se há pacto político que se exige hoje aos políticos em Portugal, é o pacto pela coesão do território, é o pacto pelo equilíbrio do território, é o pacto para que nós possamos olhar o país como um todo”, afirmou Álvaro Amaro.
O autarca social-democrata falava na sessão de encerramento do “Congresso da Coesão Territorial – O futuro dos territórios”, organizado pela Juventude Social Democrata (JSD), que reuniu na cidade da Guarda mais de 300 participantes de todo o país.
Na sua intervenção, o presidente dos ASD e da autarquia da Guarda, que se vai recandidatar a um segundo mandato, disse que “os diagnósticos estão todos feitos” e que a aplicação de políticas de coesão territorial “já lá não vai com paninhos quentes”.
Defendeu o “efeito choque” que é necessário causar para que os políticos desenhem “um verdadeiro pacto de três medidas, ou de quatro ou de cinco, e não se 164 para a coesão do país”.
Na sua intervenção, escutada, entre outros, por Pedro Passos Coelho, líder nacional do PSD, Álvaro Amaro disse que a temática da coesão territorial “é uma causa nacional, é um problema do país, não é um problema da Guarda, de Vila Real, de Beja ou de Portalegre”.
“E se é um problema do país, então os políticos têm que o resolver. E vamos ser francos, não temos conseguido resolvê-lo e já não temos muito mais tempo”, observou, defendendo a aplicação de “políticas públicas ativas fortemente ativas”.
Lembrou que na época do rei Dom Sancho I, fundador da Guarda, que ficou conhecido como “o povoador”, não terão sido feitas contas ao povoamento e que na atualidade não se estão a fazer contas ao despovoamento do território do interior do país, mas admitiu que a conta será “muito cara”.
Assim, defendeu a aplicação de três medidas públicas que ajudariam a corrigir as assimetrias entre litoral e interior: incentivar os jovens do ensino superior a estudar nas instituições do interior, “coragem política” para o IRC ser progressivo e a descentralização do Estado.
Álvaro Amaro deu ainda conta da sua preocupação por, no âmbito da revisão da carta educativa da Guarda, o especialista que está a elaborar o documento referir que “em 15 anos, o distrito da Guarda perdeu 30 mil pessoas”.
O documento aponta ainda que, no ano de 2031 poderão existir no concelho da Guarda “menos 2.200 crianças e jovens em idade escolar do que em 2011”.
“Em 20 anos, e cinco já passaram, por isso nos próximos 15 anos, este concelho do arco do interior, se nada for feito, pode perder 35% da sua população em idade escolar”, rematou, dizendo que ficou “impressionado” com a previsão.
Como vai ser candidato à Câmara Municipal e disse esperar ser reeleito, advertiu: “Eu não me resigno a isto. Eu não serei presidente da Câmara da Guarda, em quatro anos, a assistir passivamente a este declínio”.