O Instituto Politécnico da Guarda (IPG) explicou hoje que um grupo de docentes e investigadores da instituição vai liderar um projeto europeu “para combater a exclusão digital, aumentar a literacia digital em saúde e promover o envelhecimento saudável em pessoas com mais de 50 anos”.
Com o nome “LiterAge4All”, o projeto terá a duração de dois anos e meio e será cofinanciado em 250 mil euros pela União Europeia, no âmbito do programa Erasmus +. O projeto irá desenvolver uma aplicação de TV para ensinar informalmente os adultos a utilizarem computadores e dispositivos móveis, para darem os primeiros passos no mundo digital e, dessa forma, terem acesso a conteúdos digitais sobre saúde. Segundo Carolina Vila-Chã, docente e investigadora do IPG e coordenadora de uma equipa multidisciplinar para a promoção do envelhecimento saudável, “esta solução surge como um meio potencialmente eficaz para impulsionar a transição digital em adultos mais velhos”. “Ajuda-os a migrar harmoniosamente para dispositivos digitais e tecnológicos e a utilizar corretamente a internet para obterem informação que promova o seu envelhecimento saudável”, sublinhou.
Serão ainda desenvolvidas ferramentas de formação de voluntários para ensinar adultos com mais de 50 anos a frequentar cursos ‘online’ de literacia em saúde e envelhecimento saudável, capacitando-os para reconhecerem fontes fidedignas de informação. Os cursos vão incluir propostas dos destinatários, que serão ouvidos sobre os interesses e motivações.
O projeto também prevê a compilação de bibliotecas digitais de saúde, com conteúdos que ficarão disponíveis na página do projeto, comum a todas as instituições participantes. Para além do IPG, integram este projeto a Sociedade Portuguesa de Literacia em Saúde, a Unidade de Tecnologias da Saúde e da Bioengenharia do Centro de Cirurgia Minimamente Invasiva Jesús Uson (em Cáceres, Espanha), a Fundação para as Oportunidades Digitais de Berlim (Alemanha) e a Universidade de Tecnologia da Silésia (em Gliwice, Polónia).
Carolina Vila-Chã realçou que os relatórios internacionais mostram que os idosos oriundos de zonas rurais apresentam a maior percentagem de não utilizadores da internet. Na opinião da investigadora, a exclusão desses idosos dos serviços digitais deve-se a obstáculos associados à utilização das tecnologias de informação e comunicação (TIC), como a falta de interesse e de competências para a utilização da internet. O Politécnico disse que, de acordo com a Associação Internacional de Segurança Social, a combinação de meios digitais e não digitais na disponibilização de informação é a melhor abordagem para promover a inclusão e a adesão das pessoas mais velhas a atividades de literacia digital. E as duas abordagens melhoram as competências digitais para encontrar estilos de vida que promovem o envelhecimento saudável.