PCP questiona Governo sobre atrasos nos comboios que servem a Guarda

O deputado do PCP considera ainda que fica ainda prejudicado “o acesso dos habitantes da Guarda aos cuidados de Saúde em Coimbra, assim como aos de Educação e Cultura”.

O deputado do PCP na Assembleia da República Miguel Tiago questionou o Governo, através da Assembleia da República, sobre os “atrasos sistemáticos nos comboios” que servem a cidade da Guarda, foi hoje anunciado.

Na pergunta enviada ao Ministério do Planeamento e das Infraestruturas, o deputado comunista explica que, segundo informações de que o Grupo Parlamentar do PCP dispõe, “os comboios têm chegado à Guarda com atrasos sistemáticos de 20 a 40 minutos e nalguns casos até bem superiores”.

“A principal razão apontada para estes atrasos é o estado da linha [da Beira Alta], agravado pelo uso desta infraestrutura por comboios de transporte de mercadorias sem manutenção. O peso excessivo danifica a linha e tem provocado frequentes descarrilamentos”, acrescenta.

Segundo Miguel Tiago, os atrasos nos comboios “levam a um crescente isolamento da Guarda e das vilas e cidades do seu percurso, levando ainda a um uso maior de transportes alternativos bem menos amigos do ambiente que o ferroviário, como são o transporte individual e o rodoviário”.

O deputado do PCP considera ainda que fica ainda prejudicado “o acesso dos habitantes da Guarda aos cuidados de Saúde em Coimbra, assim como aos de Educação e Cultura, bem como o acesso ao comércio de outros bens e serviços”.

Em sua opinião, ficam também prejudicados aqueles que visitam a Guarda e o comércio local, alegando que “fica mais isolado do emergente mercado turístico” que se concentra no litoral (Lisboa e Coimbra).

Para o PCP, o transporte ferroviário “é fundamental para um verdadeiro sistema de transportes, quer pelas suas características estruturantes para o sistema, quer pelo lugar estratégico que ocupa na vida económica do país, assegurando a circulação de mercadorias e bens e a mobilidade das populações, com enormes benefícios para o ambiente e para o desenvolvimento sustentável ao nível local, regional e nacional”.

Na pergunta dirigida ao Ministério do Planeamento e das Infraestruturas, o deputado comunista questiona se “tem o Governo conhecimento do caso exposto?”.

O assunto também foi falado na última reunião da Assembleia Municipal da Guarda, realizada na sexta-feira, onde foi aprovada, por maioria, uma moção do deputado Aires Dinis, da CDU.

O documento alertava para a “degradação dos serviços de transporte ferroviário, que se tornou evidente nos atrasos e nos sucessivos descarrilamentos, com claras consequências na vida dos habitantes do concelho e da região”, bem como “na capacidade de atração turística”.

A Assembleia Municipal da Guarda protesta “contra esta situação, uma vez que se soma à aplicação de portagens” nas antigas vias sem custos para o utilizador que servem a região, diminuindo a qualidade de vida dos residentes.


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