“Passive Houses” começam a chegar a Portugal

À primeira vista são casas como tantas outras mas na verdade estão equipadas com sistemas que as tornam mais sustentáveis. A sustentabilidade é a chave do conceito “Passive House”, criado em 1988 na Alemanha por dois professores universitários.

“Passive House” é então um conceito construtivo que define um padrão que é eficiente, sob o ponto de vista energético, confortável, economicamente acessível e sustentável. O conceito é já bastante utilizado na construção de habitações nos países nórdicos e está agora a chegar a Portugal.

Uma das casas que aplicou este conceito é a habitação da família de João Marcelino, em Ílhavo, com certificação de “Passive House”. “São casas que mantêm uma temperatura na ordem dos 20 graus Celsius no inverno e são frescas, não ultrapassando os 25 graus, no verão”, indica João Marcelino ao Economia Verde.

O projeto inicial da casa não foi pensado segundo este conceito e, como tal, tiveram de ser feitas algumas alterações. “O princípio ‘Passive House’ defende que a janela tenha de ser colocada na camada de isolamento para evitar as paredes térmicas na ligação da janela, suporte e parede”, explica João Gaivão, arquiteto.

“No fundo estamos sempre a falar da boa execução: saber fazer bem. É apenas isso. Os componentes são os que estão no mercado nacional no momento”, afirma o proprietário da habitação.

A construção da casa onde João Marcelino vive com a família foi acompanhada ao pormenor. Contudo, se esta “Passive House” tivesse sido pensada de raiz havia uma alteração estruturante a fazer. “Numa situação ideal deveríamos ter rodado a casa cerca de 40 graus de forma a ficar orientada a sul”, explica João Gaivão.

A este conceito, a equipa do Homegrid – empresa de João Marcelino especializada na construção deste tipo de habitações – procura associar outras vertentes de sustentabilidade. A água da chuva é aproveitada para a rega e sanitários, o que representa uma redução de 75% do consumo de água portável. No telhado da habitação foram instalados dois painéis solares que produzem a eletricidade necessária ao funcionamento da habitação.

Adicionalmente, João e a família cultivam ainda uma horta biológica e sempre que o tempo permite cozinham num forno solar.

Um a “Passive House” pode custar mais 5% que uma habitação normal, mas a longo prazo o investimento compensa.

O Economia Verde foi conhecer melhor o conceito de “Passive House” e a habitação de João Marcelino.


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